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Mensalão - as prisões

João Paulo diz que julgamento foi teatro

Deputado petista condenado no mensalão fez discurso no plenário da Câmara e publicou revista para se defender

Supremo entendeu que ele recebeu R$ 50 mil para contratar agência de Marcos Valério quando presidia a Casa

DE BRASÍLIA

Depois de quase três anos sem longos discursos na Câmara, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) utilizou ontem a tribuna da Casa para se defender da condenação pelo mensalão e disse que o julgamento do Supremo Tribunal Federal foi uma "peça teatral de farsa".

A fala foi interpretada por parte dos colegas como uma despedida.

"Sou mensaleiro de muitos anos. Passo por esse infortúnio desde 2005. Essa é uma prestação de contas aos meus 256 mil eleitores, aos senhores deputados e aos filiados do PT", disse.

Ele voltou a dizer que não fez "nada de errado" e criticou o presidente do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa, dizendo que o ministro trabalha com informações seletivas e "disputa a opinião pública".

"O juiz, na sua origem, é uma pessoa que guarda certo recato. Que tem neutralidade. Juiz não disputa opinião pública. Nós estamos vendo coisas diferentes."

João Paulo Cunha foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como ainda resta um recurso para ser analisado pelo STF, seu caso deve ser definido em 2014.

O petista negou ontem que irá renunciar ao ter a prisão decretada, como fizeram os ex-deputados José Genoino (PT) e Valdemar Costa Neto (PR), que já cumprem pena.

A maioria dos ministros do STF acolheu acusação da Procuradoria de que João Paulo recebeu R$ 50 mil do esquema que desviou recursos públicos para abastecer a compra de apoio no Congresso no início do governo Lula.

No entendimento do Supremo, o petista, que era presidente da Câmara em 2005, recebeu dinheiro para contratar uma das agências de Marcos Valério para prestador serviços à Casa.

REVISTA

Para divulgar sua versão sobre o episódio que o levou à condenação, João Paulo lançou ontem uma revista intitulada "Nada mais que a verdade". A publicação foi distribuída nos corredores da Câmara em um evento que contou com cerca de 30 deputados do PT.

O material, montado em forma de perguntas e respostas, traz documentos e textos que expõem a tese de que o deputado não participou de um esquema de corrupção.

Questionado pela Folha sobre quem custeou a revista, João Paulo demonstrou irritação e disse que ele mesmo pagou. Quando a reportagem perguntou se usou a cota parlamentar, o petista disse que a pergunta era de baixo nível e não tinha interesse.


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