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Renan diz que devolverá dinheiro de voo

Presidente do Senado usou avião oficial para ir ao Recife submeter-se a implante capilar; FAB calculará valor

Peemedebista já havia feito devolução de R$ 32 mil após utilizar aeronave pública para ir a casamento na Bahia

DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que vai ressarcir os cofres públicos pelos gastos com viagem feita com avião da Força Aérea Brasileira na noite de quarta-feira.

Como a Folha revelou no sábado, em nota da coluna Painel, Renan voou de Brasília a Recife para realizar cirurgia para implantar 10 mil fios de cabelo e para operação de correção das pálpebras.

O valor a ser devolvido será calculado pela FAB.

Horas antes de anunciar que devolveria o dinheiro, Renan havia enviado consulta ao Comando da Aeronáutica para questionar se cometera alguma "impropriedade".

No pedido da aeronave, o peemedebista havia informado à FAB que a motivação do deslocamento era "serviço".

O decreto da Presidência que regulamenta o uso de aviões da FAB por autoridades não prevê viagens para fins particulares --só para questões de segurança e emergência médica, "serviço" e em deslocamentos para o local de residência permanente (Renan mora em Alagoas).

Segundo as regras, o transporte irregular "configura infração administrativa grave, ficando o responsável sujeito às penalidades administrativas, civis e penais".

Em nota, o Comando da Aeronáutica indicou que não iria avaliar o "mérito" da viagem sob o argumento de que sua função é apenas fornecer a aeronave solicitada.

Essa é a segunda vez que Renan é flagrado usando uma aeronave da FAB para fins particulares.

No registro de voo, constava ainda a previsão de outros quatro passageiros. As assessorias do político e da FAB não revelaram quem seriam.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o uso de avião da FAB para fins particulares "fere" a imagem do Congresso. "A devolução é o mínimo que se pode exigir", afirmou.

"A FAB não é táxi aéreo", disse o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO).

AUSTERIDADE

Momentos depois da promessa de devolução do dinheiro, foi ao ar em cadeia de rádio e TV o pronunciamento em que o presidente do Senado presta contas dos trabalhos do Congresso Nacional em 2013 e em que, entre outras coisas, defende austeridade nos gastos públicos.

"A austeridade no Senado mostrou que é possível fazer mais com menos, isso sem comprometer o funcionamento da Casa", disse, se referindo a cortes de gastos que teriam resultado em economia de R$ 260 milhões.

O peemedebista também inflou a "agenda positiva" do Congresso em resposta aos protestos de junho destacando a aprovação de projetos pelo Senado, mas que ainda não se tornaram leis porque esperam votação na Câmara.

Estão nessa situação, por exemplo, a proposta que transforma corrupção em crime hediondo, a ficha limpa para o servidor público e o fim da aposentadoria como "prêmio" para juízes e promotores punidos.

Ele apontou ainda que "a transparência e controle social corrige erros, elimina vícios e aperfeiçoa distorções".

O pronunciamento de Renan foi gravado antes da cirurgia para implante capilar.


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