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Tropa fará buscas por desaparecidos em reserva indígena

Após protestos de moradores de Humaitá (AM), cerca de 150 índios continuam abrigados em batalhão do Exército

Na quarta-feira, sede da Funai foi incendiada na cidade; ontem, houve novo ataque, desta vez na vizinha Apuí

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO VELHO DE MANAUS DE BRASÍLIA

Forças federais deverão realizar a partir de hoje uma operação na reserva dos índios tenharim, próxima ao município de Humaitá (AM), à procura de três homens desaparecidos na região desde o último dia 16.

Segundo a PF em Rondônia, já houve autorização do Ministério da Justiça para entrada na reserva indígena.

Cerca de 3.000 moradores de Humaitá promoveram na quarta um protesto violento contra os índios, a quem responsabilizam pelo desaparecimento dos três homens. Atearam fogo à sede local da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a 13 veículos e três barcos usados no transporte dos índios.

Ontem, cerca de 300 pessoas destruíram, em Apuí (AM), o local utilizado por índios tenharim como pedágio ilegal na rodovia Transamazônica, em área localizada no interior da reserva da etnia. Segundo a Polícia Militar, casas de apoio próximas ao pedágio também foram queimadas. Não há registro de feridos --os índios deixaram o local e a situação foi controlada, segundo a PM.

Ameaçados, cerca de 150 indígenas continuam em um batalhão do Exército.

Os moradores suspeitam que os três desaparecidos --Aldeney Salvador (funcionário da Eletrobras), Luciano Ferreira (representante comercial) e Stef de Souza (professor em Humaitá)-- foram sequestrados pelos índios, após a morte de um cacique. A polícia diz que o índio morreu atropelado.

Os índios ameaçavam resistir à operação de busca, mas recuaram após a garantia de que a Polícia Federal realizará a vistoria. Cerca de 300 homens da Polícia Federal, da Força Nacional, do Exército e da Polícia Rodoviária Federal deverão vasculhar os 1.309 hectares da área.

Segundo autoridades policiais, o atual conflito é resultado de tensões acumuladas entre índios e não índios.

"A população está revoltada, há um ódio acumulado. Além dessa situação [desaparecimento de três homens], os índios começaram a cobrar pedágio há cerca de 20 dias na rodovia [Transamazônica, que atravessa a terra indígena]", disse o primeiro-tenente da PM Gebes Santos.

A Funai afirmou que não cabe a ela investigar o desaparecimento de pessoas.

"É fundamental reafirmar, nesse momento, os princípios que regem o Estado Democrático de Direito, no âmbito do qual são reprováveis a prática de ameaças, de violência física e moral contra indígenas e contra servidores públicos, e a depredação do patrimônio público, causadora de enorme prejuízo ao erário", diz a nota divulgada pela Funai.


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