Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Para frear desgaste, Lula aconselha Haddad

Petista teme que críticas à gestão do partido em SP tenham impacto negativo na campanha de Padilha ao governo

Ex-presidente pediu que prefeito faça mais política e melhore a comunicação das ações de sua gestão

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Preocupado com o desgaste da gestão petista em São Paulo e seu efeito sobre a campanha do partido pelo Palácio dos Bandeirantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta semana com Fernando Haddad e deu um conselho: o prefeito precisa fazer mais política e melhorar a comunicação institucional do governo.

Segundo a Folha apurou, Haddad fez um relato das dificuldades que vem vivendo desde que assumiu o comando da cidade. Queixou-se do que chamou de "cerco" contra sua administração no Judiciário, no Ministério Público, além da dificuldade de caixa para investir.

A conversa, a sós, ocorreu na segunda-feira. Apesar de tranquila, a reunião reflete o mau humor que ronda setores do PT provocado pelo que chamam de "derrapadas" na administração da capital. Conforme relatos de pessoas que conversaram com ambos, Haddad ouviu de Lula que é preciso chacoalhar a comunicação institucional da prefeitura e mostrar realizações.

No flanco eleitoral, a avaliação no partido é que houve tropeços no primeiro ano de mandato motivados, sobretudo, pela dificuldade do prefeito de ouvir e, no limite, acatar ideias contraditórias.

Hoje, a maior preocupação do PT paulista é com o impacto desse desgaste sobre a campanha do colega Alexandre Padilha, hoje ministro da Saúde, ao governo do Estado.

Nos bastidores, petistas dizem que o desempenho do prefeito debilita a fórmula do "novo" adotada por Lula, modelo repetido agora na escolha de Padilha. A saída, dizem, é evitar novos episódios com potencial para abalar a campanha de Padilha.

Ninguém ouvido pela Folha acredita numa reversão rápida nos índices de aprovação do prefeito a ponto de beneficiar o futuro candidato.

No encontro de segunda, Lula evitou críticas diretas. Reconheceu que o afilhado vive uma conjuntura financeira difícil, mas fez um diagnóstico segundo o qual um administrador não segura sua popularidade somente por meio da gestão. Para ele, é preciso articular mais.

Quem se encontrou com o ex-presidente nas últimas semanas o descreveu como "decepcionado".

Na legenda, um dos "tropeços" apontados com recorrência foi a decisão de elevar o IPTU na capital, seguido pela resistência em desistir do reajuste da tarifa de ônibus, motor dos protestos de junho.

Defensores do prefeito alegam que as críticas embutem ressentimentos pela falta de autonomia desse grupo para influenciar e definir nomeações na prefeitura.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página