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À PF, ex-diretor da CPTM cita propina a agentes públicos

Em depoimento, Benedito Dantas Chiaradia afirma ter ouvido comentários sobre pagamentos irregulares

Depoente foi demitido de órgão estadual após falar à Polícia Federal; Alckmin nega relação entre saída e o caso

DE SÃO PAULO

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor administrativo e financeiro da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) Benedito Dantas Chiaradia disse acreditar que servidores e um consultor investigado pela PF reuniam-se para tratar do pagamento de propinas.

Ele afirmou à PF que "ouviu comentários de pessoas que trabalhavam no setor metroviário" de que o consultor Arthur Teixeira "intermediava a formação de cartéis no setor e viabilizava o pagamento de propinas para servidores da CPTM e do Metrô".

A informação foi publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Chiaradia fez parte da equipe de transição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e foi nomeado diretor de licitações do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), onde cuidou de licitações que somam R$ 1,4 bilhão entre 2011 e 2013.

Sobre o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, um dos suspeitos de receber suborno, Chiaradia afirmou "que há uma lógica da circulação" do dinheiro que passou por empresas offshore investigadas, "o que leva a crer que Zaniboni possivelmente recebeu aqueles valores a título de propina".

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende Zaniboni, disse que seu cliente "jamais se reuniu com Chiaradia e desafia-o a provar que ele tenha adotado alguma conduta irregular na CPTM".

Eduardo Carnelós, advogado de Teixeira, diz que as suspeitas são levianas. Segundo ele, o depoimento "é desprovido de qualquer elemento sério de sustentação. O Arthur nunca pagou propina a ninguém".

DEMISSÃO

Chiaradia falou à PF no dia 14 de novembro. Um mês depois, foi demitido do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica)

Em nota, o DAEE disse que Chiaradia foi afastado do cargo por estar sendo investigado pela Polícia Federal.

A advogada e filha do ex-funcionário, Adriana Chiaradia, disse que ele se sente injustiçado. "Outros funcionários estão sob investigação e não foram demitidos", disse.

De acordo com Adriana, havia um acordo com o governo para que o contrato de trabalho de Chiaradia ficasse suspenso por um mês durante as apuração do caso, mas depois ele foi surpreendido por um telegrama com o aviso de sua demissão.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alckmin negou que exista relação entre a demissão de Chiradia e seu depoimento prestado à Polícia Federal.

"Era um cargo de confiança do próprio DAEE e ele saiu. Nenhuma relação", disse o governador.


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