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Mensalão as prisões

João Paulo Cunha renuncia ao mandato

Ex-presidente da Câmara preso por envolvimento com o mensalão segue ex-colegas e evita processo de cassação

Em discursos, petista afirmava que não iria renunciar e que lutaria para manter o mandato de deputado federal

MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA

Preso em Brasília por seu envolvimento com o esquema do mensalão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) renunciou ontem ao mandato parlamentar, por meio de carta à direção da Casa.

A carta foi entregue à noite à Secretaria-Geral da Câmara e distribuída depois pela liderança do PT. No breve texto, o petista diz que deixa a Câmara "com a consciência do dever cumprido".

A carta tem ainda uma citação do escritor e jornalista cubano Leonardo Padura: "...pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que, quando repartidas, tornam-se sempre maiores".

Condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, João Paulo disse várias vezes nos últimos meses que não renunciaria e iria até o fim para manter o mandato.

A renúncia será oficializada na segunda, quando a carta será lida na Câmara. Com isso, o petista, que presidiu a Casa entre 2003 e 2005, evita o desgaste de enfrentar um processo de cassação.

Nas últimas semanas, petistas e integrantes da cúpula da Câmara aumentaram a pressão para que ele deixasse o cargo. O receio era que um processo de perda de mandato em ano eleitoral trouxesse desgaste ao partido e também ao Congresso.

Outro argumento era que, agora, como as cassações no Congresso são decididas em votação aberta, ele poderia sofrer uma derrota.

Assim como João Paulo, todos os deputados condenados no processo do mensalão renunciaram ao mandato para evitar o processo de cassação --o petista José Genoino, Valdemar Costa Neto (PR) e Pedro Henry (PP).

João Paulo foi condenado por ter recebido R$ 50 mil do mensalão, esquema que destinou milhões de reais a políticos que apoiaram o governo do ex-presidente Lula.

O STF concluiu que ele recebeu o dinheiro como propina para contratar uma agência de Marcos Valério, o operador do esquema. Em seu quinto mandato na Câmara, a Casa ainda não confirmou se ele terá direito a aposentadoria.


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