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Ação contra Azeredo por mensalão tucano exclui caso da Cemig

Procuradoria diz que não há evidências de que deputado avalizou desvio de recursos de estatal de energia de Minas

Réu em processo que tramita no STF, Azeredo afirma que nunca autorizou repasses às empresas de Valério

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

Ao pedir 22 anos de prisão para o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a Procuradoria-Geral da República não levou em conta o suposto desvio de R$ 1,67 milhão (R$ 4,4 milhões em valores corrigidos).

O dinheiro, segundo a Polícia Federal e a própria Procuradoria, foi desviado de um contrato de publicidade da estatal mineira de energia para financiar a reeleição de Azeredo ao governo de Minas em 1998.

Relatório da PF dedicou 25 páginas para detalhar o que considera ser a simulação de uma campanha educativa pela Cemig (Companha Energética de Minas Gerais), por meio da SMP&B --uma das agências do empresário Marcos Valério.

Segundo a PF, além da irregularidade na seleção da agência, o valor repassado pela Cemig à SMP&B foi exatamente o mesmo reproduzido na lista da movimentação financeira da campanha. Para a polícia, "o esquema foi utilizado para desviar recursos públicos em benefício do comitê eleitoral" de Azeredo.

O episódio, contudo, ganhou apenas uma nota de rodapé na denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot, divulgada na semana retrasada e baseada nos desvios de patrocínios fictícios feitos por um banco e duas estatais mineiras.

Na nota de rodapé, Janot afirma ter havido o desvio R$ 1,67 milhão da Cemig e diz que esse dinheiro abasteceu a campanha tucana. Contudo, alega não ter elementos para afirmar que Azeredo ordenou o repasse.

"Também houve desvio de recursos públicos da Cemig, no montante de R$ 1.673.981,90, para o financiamento da campanha. Entretanto, pelo menos por enquanto, não há prova do envolvimento direto de Eduardo Azeredo e Walfrido dos Mares Guia, razão pelo qual o fato será objeto de denúncia na instância adequada", escreveu Janot na denúncia.

A identificação de responsáveis pelo esquema, classificado pela PF como "caso Cemig", ficará a cargo do Ministério Público em Minas, informou a Procuradoria.

AUTORIZAÇÃO

Procurado pela Folha, Azeredo, que tem reiterado sua inocência, não quis comentar a decisão do procurador de excluir da denúncia do mensalão tucano as acusações envolvendo a Cemig.

O advogado dele também não retornou as ligações para avaliar se a exclusão do "caso Cemig" ajuda ou prejudica a defesa.

Azeredo diz que não autorizou nenhum repasse de verba pública que alimentou o caixa de sua campanha e, por isso, não pode ser responsabilizado.

Mas, na peça em que pede a condenação do ex-governador de Minas, a Procuradoria afirma que houve desvio de recursos de outros três órgãos estaduais para abastecer os cofres da campanha com o consentimento de Azeredo.

Segundo a denúncia, o jornalista e publicitário Eduardo Guedes, um dos réus no mensalão tucano, determinou à Copasa, à Cemig e ao Bemge, órgãos estaduais, que dessem R$ 3,5 milhões (R$ 9 milhões nos valores de hoje) à SMP&B para patrocínio de evento esportivo.

"O chefe imediato de Eduardo Guedes era Eduardo Azeredo, que foi um dos mentores do crime perpetrado e seu principal beneficiário", diz trecho da denúncia.

Como a Folha revelou, Guedes era um dos conselheiros mais próximos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência.


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