Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Na reta final, STF tende a livrar réus de crime de quadrilha

Para ministros, nova composição do tribunal deve alterar resultado da primeira etapa do julgamento

Eventual absolvição por quadrilha evitará que penas de réus como Dirceu, Genoino e Delúbio aumentem

O Supremo Tribunal Federal entra na etapa final do julgamento do mensalão hoje com a expectativa de derrubar as condenações por formação de quadrilha de réus como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares.

O mensalão chegou ao STF em 2006 e começou a ser julgado em plenário em 2012. Na primeira fase do julgamento, que até agora consumiu 65 sessões e se tornou o mais longo da história da corte, 25 foram condenados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos).

A maioria dos ministros ainda entendeu que nove dos condenados haviam formado uma quadrilha para desviar recursos públicos e pagar a base aliada do Congresso no primeiro governo de Lula.

Na última peça de acusação apresentada no processo, o então procurador-geral da República Roberto Gurgel usou a palavra "quadrilha" 42 vezes e disse que Dirceu era seu "chefe".

Como Dirceu, Genoino e Delúbio já cumprem pena pelo crime de corrupção, uma eventual absolvição por quadrilha não significa que eles deixarão a prisão. Mas, na prática, evitará que suas penas sejam aumentadas.

Cinco ministros ouvidos pela Folha, três dos quais votaram pela condenação e dois pela absolvição no crime de quadrilha, acreditam que a nova composição do tribunal alterará o que foi julgado na primeira etapa. Da composição que começou a julgar o mensalão, deixaram a corte Ayres Britto e Cezar Peluso. Ingressaram Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.

A expectativa é que eles se alinhem ao grupo de quatro ministros (Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber) que absolveu os réus no crime de formação de quadrilha já na primeira etapa do julgamento e formem a maioria de seis votos na corte.

O grupo entende que não se pode atribuir o crime de formação de quadrilha aos réus uma vez que eles não teriam se unido de forma estável e duradoura unicamente com o intuito de cometer crimes. Estes ministros alegam que os crimes foram cometidos em coautoria, o que não implica num novo delito.

Essa reanálise dos ministros ocorrerá porque algumas das condenações foram impostas em votações apertadas, especificamente nos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

O julgamento desses recursos, chamados de embargos infringentes, é o principal item da pauta do STF hoje, mas ele pode atrasar em razão de uma sessão administrativa marcada para as 14h.

Depois, o relator dos recursos, Luiz Fux, deve ler seu relatório e pedir que os advogados se manifestem. Como alguns ministros têm de ir à sessão do TSE, à noite, é possível que os votos fiquem para a próxima semana.

PENAS

Enquanto o prazo para a esses recursos corria, o STF decidiu concluir o processo para os crimes em que já não era possível a apresentar recursos. Com isso, em novembro, houve as primeiras prisões. Dos 25 condenados, só três ainda não cumprem suas penas, entre eles o delator do esquema, Roberto Jefferson.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página