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Depois da renúncia, Aécio visita Azeredo
Pré-candidato à Presidência foi à casa do ex-deputado, réu do mensalão mineiro, com integrantes da cúpula do PSDB
Ex-governador não foi citado em evento que lançou pré-candidatura de Pimenta da Veiga ao governo de Minas
Um dia após renunciar ao mandato de deputado federal, o réu do mensalão tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG) recebeu em sua casa, em Belo Horizonte, uma visita de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, e de outros integrantes da cúpula do partido.
O pré-candidato ao governo mineiro pelo PSDB, Pimenta da Veiga, o governador do Estado, Antônio Anastasia, o presidente do PSDB de São Paulo, Duarte Nogueira, e o deputado Marcus Pestana (MG) acompanharam Aécio na visita ao ex-deputado.
"Fiz o que é natural. Ele tomou uma decisão pessoal (de renunciar) e agora vai se preparar, vai se dedicar à sua defesa", disse Aécio à tarde, em evento em Santos (SP).
O senador mineiro voltou a dizer que Azeredo é um "homem de bem" e afirmou que a discussão sobre a presença ou não do ex-deputado em seu palanque "não está em consideração".
Segundo a Folha apurou, Azeredo renunciou sob pressão velada de seu partido, que teme danos do resultado do julgamento do mensalão tucano à candidatura de Aécio.
Ontem, Azeredo, figura histórica do PSDB mineiro, não compareceu ao lançamento da pré-candidatura de Pimenta ao governo do Estado. Nenhum dos cinco oradores o citou no evento tucano.
Também não houve referência ao mensalão petista, bastante criticado pelo PSDB nos últimos anos.
JULGAMENTO
Com a renúncia do tucano, fica aberta a possibilidade de o caso, previsto para ser julgado neste semestre no Supremo Tribunal Federal, ser devolvido à primeira instância --o que poderia atrasá-lo para até depois das eleições.
Questionado sobre se o PSDB não defenderia Azeredo diante da suposta renúncia para escapar do julgamento no STF, Aécio afirmou: "A nossa história fala por nós".
Ontem, o ministro do STF Luís Roberto Barroso informou que só vai decidir se mantém o processo contra o ex-deputado na corte depois do julgamento dos recursos do mensalão petista, atualmente em curso.
"Não gostaria que houvesse qualquer superposição entre os dois casos", informou o ministro, em nota.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Azeredo e mais 13 pessoas sob acusação de desvio de verbas do governo de Minas Gerais, sob sua gestão, em 1998. Ele nega participação nos desvios.