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Justiça do Rio desbloqueia patrimônio do dono da Delta

Desembargador afirma que amizade com políticos não implica ilegalidade

Investigadores dizem que magistrado que liberou bens ficou sete anos afastado sob suspeita de estelionato

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

Alvo de investigação da Polícia Federal, o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, conseguiu no início do mês passado uma importante vitória na Justiça.

O Tribunal Regional Federal do Rio autorizou a liberação dos bens do empresário.

Segundo estimativa da PF, o patrimônio bloqueado de Cavendish se aproxima de R$ 330 milhões. O valor equivale aos recursos que a polícia acredita terem sido desviados de obras tocadas pela Delta e pagas com dinheiro público.

Em outubro de 2013, quando a PF deflagrou a Operação Saqueador, Cavendish foi impedido de usar carros, movimentar contas e negociar ativos. O bloqueio se estendeu à SCF, empresa que, segundo investigadores, foi montada para blindar seu patrimônio.

Na decisão, o desembargador Antônio Ivan Athié classificou como "precipitada" a autorização do sequestro de bens feita pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio.

Afirmou que o fato de Cavendish "ser amigo, ou ter contato e proximidade com governadores" não significa que ele praticou ilegalidades.

A tentativa de desassociar as relações políticas de Cavendish das irregularidades cometidas por regionais da Delta é uma das principais linhas de defesa do empresário.

A defesa de Cavendish não nega o desvio de recursos públicos, mas diz que ele não pode ser responsabilizado "por eventuais fatos praticados por outras pessoas".

Insatisfeitos com a decisão, investigadores lembram que o desembargador Athié ficou sete anos afastado do cargo sob suspeita de crime de quadrilha e estelionato. Foi reintegrado em 2011 pelo Superior Tribunal de Justiça, que não identificou nenhuma conduta irregular.

"É um dos melhores profissionais que a Justiça tem. Nenhuma suspeita pesa contra ele", afirma o advogado Técio Lins e Silva, que defendeu Athié e representa Cavendish.


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