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Brasil entrega à Itália pedido para extradição de Pizzolato
Condenado pelo mensalão, ex-diretor do BB continua preso em Módena
Palavra final caberá ao Ministério da Justiça italiano; como petista tem dupla cidadania, devolução é facultativa
A embaixada do Brasil em Roma entregou ontem ao governo italiano o pedido formal de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.
O dossiê foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, de onde deve seguir para o da Justiça, que tem a missão de enviar o caso ao Judiciário e, no fim do processo, tem a última palavra.
A entrega foi confirmada pela embaixada em Roma. Procurado pela Folha, o Ministério da Justiça italiano informou que deve se pronunciar nos próximos dias.
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália em setembro --dois meses antes de ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal.
Ele foi preso em Maranello (norte da Itália) no dia 5 de fevereiro em operação coordenada pela Interpol italiana. O ex-diretor do BB entrou na Europa com passaporte em nome de Celso Pizzolato, seu irmão morto em 1978.
A extradição é incerta porque Pizzolato tem também cidadania italiana. O tratado entre os dois países faculta, mas não obriga a entrega.
Depois que a discussão se esgotar no Judiciário, a última palavra caberá ao Ministério da Justiça italiano, que pode decidir mantê-lo no país mesmo se os juízes decidirem por devolvê-lo ao Brasil.
A Folha não conseguiu contato com os advogados de Pizzolato ontem. Em uma audiência no mês passado, ele afirmou que não quer ser extraditado porque se diz vítima de processo "político".