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CNBB faz campanha contra tráfico humano

Crime é tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que mira também trabalho escravo e exploração sexual

Papa Francisco enviou carta pedindo aos brasileiros que participem e façam 'exame de consciência'

DE BRASÍLIA

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou ontem a Campanha da Fraternidade de 2014. O tema deste ano é a luta contra o tráfico de pessoas.

A campanha aborda os diversos tipos de tráfico --para trabalho forçado, exploração sexual, extração de órgãos e adoção irregular de crianças.

Em carta de apoio à campanha, o papa Francisco pede o engajamento dos "solidários" brasileiros.

"Espero que os cristãos e as pessoas de boa vontade se comprometam a lutar para que nenhum homem, mulher, jovem ou criança seja vítima do tráfico humano", escreveu o pontífice. "Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria", completou,

Francisco pediu que os fiéis façam uma exame de consciência. "Quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado um objeto, exposto para ser vendido como um produto?", questionou o papa no texto.

O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, disse que a campanha atinge também o trabalho escravo, uma de suas consequências.

Ele citou situações em que pessoas são tratadas como mercadoria sexual e trabalhos forçados em fábricas. "Realidades muito concretas que nós vivemos".

Em sua fala, Steiner tachou de "estarrecedor" o que vê como um movimento crescente no tráfico humano para fins de exploração sexual.

Com a campanha, a entidade pretende, entre outros, denunciar a origem do problema, reivindicar dos governos a reinserção social das vítimas e agir para prevenção.

Dados colhidos pela CNBB junto à Organização Internacional do Trabalho apontam para a existência, em 2012, de 20,9 milhões de vítimas de trabalho forçado e exploração sexual no mundo --sendo que 55% do total era formado por mulheres e jovens, e cerca de 9% das vítimas tinham como origem países da América Latina.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou no evento que as estatísticas são comprometidas pela falta de denúncias. "O número de inquéritos policiais abertos sobre tráfico é comparativamente pequeno com relação ao volume da realização desse crime. Por que acontece? As pessoas não noticiam o tráfico, às vezes as vítimas têm vergonha, os familiares também não denunciam", disse.

"O tráfico de pessoas existe no mundo, mas nós temos que combatê-lo onde quer que ele esteja, inclusive no nosso país e inclusive durante um momento tão importante que é a realização dos eventos esportivos", disse.

A cada ano, é eleito um tema para a campanha, que pretende estimular a reflexão no período da quaresma. Em 2013, quando o Rio sediou a Jornada Mundial da Juventude, o enfoque foi nos jovens.


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