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Base governista se rebela e derrota Dilma na Câmara

Deputados criam comissão que abre brecha para investigar a Petrobras

Parlamentares prometem criar mais problemas hoje, dando aval para convocação do ministro da Saúde

DE BRASÍLIA

O governo de Dilma Rousseff sofreu na noite de ontem a primeira derrota no atual embate com parte de sua base de apoio mesmo depois de ter deflagrado uma operação durante todo o dia para evitar uma rebelião na Câmara.

Por 267 votos a favor e 28 contra, além de 15 abstenções, o plenário da Câmara aprovou a criação de uma comissão externa para acompanhar os desdobramentos de supostas irregularidades envolvendo a Petrobras.

Apesar de a comissão não ter poderes de investigação de uma CPI, como convocação de testemunhas e quebra de sigilo, a medida é vista pelo governo como negativa para a imagem da estatal.

Por isso o PT tentará controlar a comissão externa, a quem cabe acompanhar investigações e fazer relatórios.

O caso em questão envolve a holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas a companhias de petróleo e que é suspeita de ter pago suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil.

Antes da votação, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) promoveu reuniões separadas para tentar atender às demandas pontuais de cada uma das sete legendas aliadas do chamado "blocão", montado antes do Carnaval sob a liderança do PMDB como forma de pressionar o Planalto.

Em uma das reuniões, a cúpula do PP recebeu a garantia de que o Ministério das Cidades seguirá sob comando do partido, que indicou o vice-presidente da Caixa Gilberto Occhi ao posto.

Com essas ações, o Planalto esperava ganhar a votação. Tanto que a primeira orientação de Dilma à sua equipe era fazer um pente-fino na lista dos deputados que poderiam votar contra o governo e "cortar cargos". Depois da derrota, a recomendação foi alterada: "refrescar a cabeça" e avaliar o que deve ser feito.

À noite, Mercadante e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assistiram juntos, no Planalto, à sessão que acabou na derrota do governo.

Hoje os insatisfeitos prometem aprovar nas comissões da Câmara a convocação do ministro Arthur Chioro (Saúde) para responder aos questionamentos da oposição ao Mais Médicos, vitrine eleitoral de Dilma.

Apesar de possuir a vice-presidência da República, cinco ministérios, além de vários cargos federais, o PMDB deu início ao mais recente embate com o governo por divergir da reforma ministerial.

Tendo à frente a bancada da Câmara, o partido apresentou nomes não aceitos por Dilma, que ofereceu opções recusadas pelos deputados.

Juntam-se a esse impasse a já antiga irritação dos peemedebistas com a liberação de verbas federais para as obras que apadrinharam, além dos embates com o PT na montagem das candidaturas nos Estados.

Se uniram ao PMDB no "blocão" PP, Pros, PTB, PDT, PR, PSC e Solidariedade. A decisão do grupo de aplicar derrotas a Dilma pode resultar na derrubada do projeto do Marco Civil da Internet, sensível à presidente.

O líder da bancada peemedebista, Eduardo Cunha (RJ)é visto pelo Planalto como o principal "adversário" a ser combatido. À tarde, ele recebeu apoio de cerca de 50 dos 75 deputados da sigla, em reunião da bancada.

Os deputados defenderam ainda a convocação de uma reunião da Executiva Nacional do partido para "reavaliar a qualidade da aliança com o PT".


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