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Janio de Freitas

A fonte da rebelião

As objeções das telefônicas e as de Eduardo Cunha ao projeto do Marco Civil da Internet são idênticas

Na hostilidade dos deputados do PMDB ao governo há um impulso maior do que a "insatisfação com o tratamento injusto" dispensado ao partido por Dilma Rousseff. A própria bancada não precisou, porém, de mais do que esse argumento para rebelar-se, porque nele estava implícito o objetivo principal, quando não único, da maioria dos seus integrantes: receber mais nomeações e verbas federais.

Líder e inspirador da bancada, o deputado Eduardo Cunha deu sentido prático à rebelião alinhando poucas mas suficientes recusas a projetos apoiados pelo governo. Para todos os efeitos, esta atitude é um desdobramento da rebelião, e não a sua causa. Mesmo para a bancada, é assim que se explica. Mas não é assim na realidade.

A força por trás da rebelião são as empresas de telefonia. As suas objeções e as do deputado Eduardo Cunha ao projeto do Marco Civil da Internet são idênticas. Incidem sobre as mesmas partes que desejam ver retiradas, umas, e outras modificadas no projeto. Motivo que levou a rebelião a exigir o adiamento da votação e a reabertura das discussões. Contra a posição do governo, que defendeu o projeto aprovado tal como está e tão depressa quanto possível.

A falta do Marco Civil da Internet é um atraso brasileiro. Há inúmeros manifestos por sua aprovação. O deputado e relator Alessandro Molon trabalhou com seriedade e minúcia na formulação final do projeto. Argumenta que as modificações de interesse das empresas de telefonia e defendidas por Eduardo Cunha resultariam na "exclusão digital de milhões de usuários brasileiros da internet, beneficiando só os mais ricos".

Rebelião do PMDB é pseudônimo de manobra das telefônicas. Mas a esperteza que a propôs não é delas, não.

SILÊNCIOS

No Sul, trabalhadores do Uruguai são importados para suprir a carência de mão de obra em várias atividades. O Paraná, informou a Folha de domingo, está importando caminhoneiros da Colômbia.

Mas, que estranho, não se ouvem os discursos patrióticos do PSDB sobre a entrega a estrangeiros de oportunidades de emprego, em detrimento de brasileiros --como esbravejaram discursos na Câmara e no Senado e escreveram vários jornalistas a propósito dos médicos cubanos.

Se há intermediação, também nessas novas importações há perda de remuneração do trabalhador, em favor dos intermediários. Mas nem essa alegada exploração leva aos indignados de antes. Se o ser humano não for cubano, nem com rima os move ou comove.

INFRUTÍFERO

O governador Eduardo Campos deixou mal explicada sua declaração de que o governo Dilma "dá cargos como se fossem bananas". A que tipo de banana se refere, à fruta ou àquela outra? Se for a fruta, pode-se interpretar também como uma referência maldosa demais a quem recebe cargos. Se for a outra banana, convenhamos, em muitos casos Dilma faz muito bem.


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