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Promotoria pede prisão de executivos do cartel

Estrangeiros, os 13 dirigentes não foram localizados nas investigações

Promotor pediu que denunciados sejam incluídos na lista da Interpol, que reúne polícias de 190 países

DE SÃO PAULO

O Ministério Público pediu à Justiça a decretação da prisão preventiva de 13 executivos acusados de formação de cartel e fraude à licitação em concorrências de trens em São Paulo de 1998 a 2008.

Todos são estrangeiros e vivem fora do país. Segundo a Promotoria, os acusados não foram localizados durante as investigações, e as detenções são necessárias para que possam ser processados.

O promotor Marcelo Mendroni diz também que eles devem ser presos para a "garantia da ordem econômica".

Ele pediu ainda que os denunciados sejam incluídos na lista de procurados da Interpol, a organização que reúne polícias de 190 países.

As prisões foram pedidas nas cinco denúncias criminais apresentadas pelo Ministério Público à Justiça na segunda. Ao todo, 30 executivos de 12 firmas foram formalmente acusados de formação de cartel e fraude à licitação.

Mendroni requisitou a detenção de 11 executivos e ex-diretores da multinacional alemã Siemens, um da companhia canadense Bombardier e um da empresa coreana Hyundai-Rotem.

Entre eles estão os seguintes executivos: Serge van Themsche, que foi presidente da Bombardier no Brasil entre 2001 e 2006; Peter Rathgeber, gerente de vendas da Siemens; Robert Huber Weber, ex-diretor da Siemens AG, na Alemanha; Herbert Hans Steffen, ex-membro do conselho regional da Siemens, também na Alemanha; Rainer Giebl, diretor comercial da Siemens AG; e José Aniorte Jimenez, ex-diretor técnico da Siemens AG.

Desses cinco executivos da Siemens, só dois continuam na empresa, segundo a assessoria da companhia.

Rathgeber chegou a fazer um diário no qual registrou as negociações do cartel para fraudar concorrência da linha 5-lilás do Metrô. Anotou que as empresas fizeram "reuniões secretas" para discutir o contrato e o objetivo era repartir "o bolo" entre elas.

Outro denunciado, Herbert Steffen, foi acusado em 2011 em processo nos Estados Unidos pelo fato de a Siemens ter pago propinas de US$ 100 milhões na Argentina para obter um contrato de US$ 1 bilhão para a produção de carteiras de identidade.

OUTRO LADO

Siemens afirma em nota que a empresa quer "transparência e apuração de eventuais responsabilidades, caso qualquer desvio de conduta seja comprovado".

A empresa diz que, ao denunciar o cartel em 2013, "tomou uma atitude corajosa, pioneira, comprometida com a defesa da livre concorrência e dos negócios limpos".

Segundo a Bombardier, Serge van Themsche não trabalha mais na empresa. A multinacional diz que, como o processo está em andamento, não irá comentá-lo.

A Folha não localizou os executivos e representantes da Hyundai-Rotem ontem.

ACORDO

O Ministério Público e a Siemens assinaram um acordo pelo qual a empresa entregará novos documentos que vão ajudar as apurações da Promotoria em 14 inquéritos.

"Queremos colocar um fim nessa história de maneira correta", disse o presidente da Siemens, Paulo Stark. Segundo ele, um dos desdobramentos pode ser "um acordo ainda mais avançado, que é do ressarcimento dos danos".

O promotor Silvio Marques diz que alguns desses documentos são contratos de consultoria e podem revelar quem recebeu propina.


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