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O Estado da Federação - Amapá

Capiberibe eleva dívida e gasto com servidores

Recursos federais ainda são essenciais para o governo, que é criticado por empresários

JULIANA COISSI DE SÃO PAULO

Depois do abalo na máquina pública pela prisão da cúpula do poder no Estado em 2010, o Amapá viu sua receita crescer de lá para cá, enquanto avançaram a dívida e os gastos com servidores.

Desgastado por atritos com o funcionalismo e o empresariado, Camilo Capiberibe (PSB) deverá tentar a reeleição como um dos governadores com a maior taxa de rejeição no país --apenas 18% de ótimo/bom, segundo pesquisa Ibope do fim de 2013.

A educação foi uma dor de cabeça constante para o pessebista. Os docentes promoveram três greves desde o início do mandato --só a de 2012 durou três meses. Para o sindicato da categoria, o aumento ficou abaixo do esperado e não houve diálogo.

Empresários também reclamam. Afirmam que ao menos 2.000 firmas fecharam as portas no Estado no governo Capiberibe --a estimativa é da Acia (Associação Comercial e Industrial do Amapá).

A entidade associa a retração a uma medida do governo que determinou o pagamento antecipado de impostos como o ICMS.

"Pequenos negócios não têm capital de giro para pagar antes e pararam", disse Ricardo Rezende, diretor comercial da Acia.

A mudança elevou a receita própria do Estado, que saltou de R$ 1,1 bilhão em 2011 para R$ 1,9 bilhão no ano passado (alta de 63%).

A dependência dos cofres da União, contudo, permanece --as transferências federais atingiram R$ 3 bilhões no ano passado.

Se a receita cresceu, a dívida estadual foi de 23% para 42% da receita, puxada pela renegociação da dívida da estatal de energia do Estado.

Para Capiberibe, a baixa aprovação da gestão é resultado de medidas impopulares, porém necessárias.

"Depois da farra, vem a ressaca", afirmou à Folha.

Seus antecessores --Pedro Paulo Dias (PP) e Waldez Góes (PDT)-- foram detidos em 2010 por suspeita de desvio de R$ 300 milhões, o que ambos negam.

O governador, que aos 42 anos é o mais jovem do país no posto, diz que houve gastos excessivos e corrupção nos governos anteriores, e que foi preciso ajustar contas e demitir funcionários.

"Considero que sobrou para mim a tarefa de tomar decisões duras", afirmou.

Sobre a situação dos professores, Capiberibe diz que o retração da economia nacional dificultou o atendimento das reivindicações, já que o Estado ainda depende muito de verbas federais.


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