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Aécio e Campos vão à TV para reforçar ataque a Dilma
GABRIELA GUERREIRO MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIAPara desgastar a imagem da presidente Dilma Rousseff, os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) vão reforçar os ataques à gestão petista envolvendo a Petrobras nas propagandas de rádio e TV dos dois partidos que começam a ser exibidas hoje à noite. Ao todo, serão 15 dias consecutivos de críticas ao Planalto.
Prováveis adversários de Dilma nas eleições de outubro, os dois vão tentar "colar" as suspeitas nela e difundir a tese de que há "descontrole" na gestão da estatal.
Segundo aliados, Aécio e Campos avaliam que, nas propagandas, as suspeitas de irregularidades sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) e outras acusações envolvendo a empresa vão se tornar conhecidas da maioria dos brasileiros.
Com isso, eles apostam que a imagem de boa gestora, que apresentou Dilma ao país, sofrerá abalos.
As propagandas do PSB terminam no dia 5 de abril. Três dias depois, começam as do PSDB --que convenceu o nanico PSC a trocar o espaço para garantir a exposição conjunta ao partido de Campos.
Os ataques a Dilma só terminam no dia 17 de abril, quando o PSDB exibe o seu programa nacional em cadeia de rádio e TV. A data também foi cedida pelo aliado DEM para garantir duas semanas de espaço aos oposicionistas.
O espaço nas propagandas é o que motivou a oposição a acelerar o pedido de criação da CPI no Senado.
Embora PSDB e PSB trabalhem pela instalação de CPI mista (da Câmara e do Senado), as duas siglas querem criar a comissão de inquérito só do Senado na terça para reunirem "munição" contra o governo. A avaliação é que a CPI formalizada reforça para o público a crise na empresa.
Na tentativa de enfraquecer a comissão, o PT tenta convencer aliados a indicar apenas senadores da "tropa de choque" do Planalto para integrarem a CPI.
O principal temor do PT é o PMDB, seu principal aliado, que tem integrantes na Câmara e no Senado menos alinhados com o governo.
Até a semana que vem, o Planalto ainda vai tentar convencer aliados a retirarem assinaturas de apoio à CPI.
O senador Clésio Andrade (PMDB-MG), um dos focos do governo, disse em nota que não vai voltar atrás na decisão de apoiar as investigações porque considera que há má gestão na Petrobras.
Os governistas também mantêm a disposição de incluir na CPI o cartel do Metrô de São Paulo e o porto de Suape, temas que desgastam Aécio e Campos. "Essa tentativa de desviar o foco das investigações da CPI da Petrobras beira o ridículo. Isso significa uma clara confissão de culpa", reagiu o tucano.
Caso a tática não tenha amparo regimental, o governo vai orientar sua base a encaminhar um pedido de criação de uma CPI específica para investigar o cartel do Metrô e o porto de Suape.