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Relator da Câmara defende que Vargas seja investigado

Integrantes do Conselho de Ética da Casa estudam um acordo com o deputado

Cúpula do PT pressiona Vargas a renunciar o quanto antes, mas ele prefere aguardar a decisão do conselho

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Relator do processo contra André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pedirá hoje a continuidade da investigação sobre o petista pela suspeita de tráfico de influência no Ministério da Saúde e uso do jatinho do doleiro Alberto Youssef.

Preso como pivô da Operação Lava Jato, da PF, Youssef está no centro da investigação sobre um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões ilegalmente.

Segundo a Folha apurou, Delgado deve apresentar parecer preliminar pela admissibilidade da representação que pede investigação do ex-vice-presidente da Câmara.

A crise começou quando a Folha revelou que Vargas viajou para o Nordeste com a família em um jato do doleiro. Em seguida, surgiram evidências de que o deputado, agora licenciado, fez lobby para a contratação de um laboratório pela pasta da Saúde.

Integrantes do Conselho de Ética dizem que um acordo com Vargas está sendo estudado, na linha das delações premiadas da polícia e do Ministério Público, para que ele possa manter o mandato se colaborar nas investigações.

A ideia é embrionária e sua execução parece difícil do ponto de vista regimental.

Na semana passada, Vargas havia anunciado que renunciaria ao mandato, mas recuou. O parlamentar justificou o movimento dizendo que, mesmo com a renúncia, o processo disciplinar aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara prosseguiria.

A cúpula do PT pressiona para que ele renuncie o quanto antes. Dirigentes petistas dizem que, se Vargas abrir mão do mandato hoje, o partido desistirá de instaurar uma comissão de ética para avaliar suas relações com o doleiro Alberto Youssef.

Um relatório, produzido por três integrantes do partido que ouviram Vargas há dez dias, recomendou à Executiva Nacional da sigla a abertura imediata de uma comissão de ética. Reunião que deve acontecer no fim do mês decidirá o caso.

Interlocutores de Vargas afirmam que o parlamentar não irá renunciar por enquanto. A estratégia é esperar a posição da Comissão de Ética da Câmara e avaliar o melhor meio de se defender.

"Não posso antecipar nada. Mas todos sabem, pela minha postura, que os fatos não podem deixar de ser investigados em prol da sociedade", disse Vargas à Folha.

Se o parecer de Delgado for aprovado hoje, o deputado terá dez dias para apresentar sua defesa e indicar até cinco testemunhas a seu favor.


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