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Comissão rejeita tese de atentado contra JK

Relatório da Comissão Nacional da Verdade rebate versão de grupo municipal que apontava complô contra político

Laudo afirma que ex-presidente e motorista morreram em decorrência de acidente em estrada

DE SÃO PAULO

Confrontando sua congênere de São Paulo, a Comissão Nacional da Verdade apresentou ontem um relatório no qual indica que o ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu em decorrência de um acidente de trânsito, e não vítima de um atentado organizado pela ditadura militar (1964-85).

Presidente da República de 1956 a 61, JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro, morreram em um acidente de carro quando viajavam de São Paulo para o Rio, em 1976. Segundo a versão oficial, o veículo colidiu com uma carreta após ser atingido por um ônibus em alta velocidade.

Desde a morte do ex-presidente surgiram várias polêmicas sobre o episódio. Em dezembro, a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo concluiu que JK e seu motorista morreram em um atentado organizado pelos militares -- Juscelino, cassado em 1964, era opositor do regime.

Baseado em 103 aspectos, o presidente do grupo, vereador Gilberto Natalini (PV-SP), afirmou que o Juscelino foi vítima de "conspiração, complô e atentado político". Segundo essa comissão, o motorista de o ex-presidente levou um tiro na cabeça antes de perder o controle do carro e se chocar com a carreta.

No trabalho apresentado ontem, a Comissão Nacional da Verdade rebateu os principais pontos do trabalho feito pela Câmara Municipal de São Paulo. Um laudo sobre o episódio foi realizado por uma equipe de peritos.

"Não há nos documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise qualquer elemento material que, sequer, sugira que o ex-presidente e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinado vítimas de homicídio doloso", afirma trecho do relatório.

Segundo a conclusão do grupo, o acidente ocorreu em "circunstâncias que não se pode materialmente precisar", e que a cabeça de Geraldo Ribeiro "não foi atingida por projétil" de arma de fogo. "O fragmento metálico que se encontrava no crânio era um cravo metálico utilizado para fixar o revestimento de caixões", ressaltou a Comissão Nacional da Verdade, rebatendo a versão de que esse fragmento era, na verdade, um projétil de arma de fogo.

Ontem, Gilberto Natalini se disse surpreso com a conclusão do grupo nacional, ressaltando ter visto falhas no relatório. "Vou pedir uma reunião para confrontar item por item de cada relatório. Outro problema é que não fomos nem consultados", reclamou o vereador.

Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade, afirmou que, para eles, o episódio da morte de JK está encerrado.


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