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Renan vai recorrer ao STF para adiar instalação de CPI

Alinhado com o Planalto, presidente do Senado defende que investigações não precisam focar somente Petrobras

Para conter possíveis danos eleitorais, senadores governistas tentarão controlar atividades da comissão

GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

Em estratégia traçada pelo Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), irá recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou anteontem a instalação de CPI para investigar exclusivamente a Petrobras.

O recurso tem o apoio do PT e de partidos governistas, que querem ganhar tempo para protelar as apurações.

Líderes do PT prometeram indicar até a semana que vem os integrantes para a comissão de inquérito do Senado, mas o objetivo central da sigla é esvaziar os trabalhos.

O PT trabalha para assumir o controle da CPI, barrando convocações e temas incômodos ao Planalto.

Como forma de conter possíveis danos, o partido também quer impedir a instalação da CPI mista (com deputados e senadores) da Petrobras, já que na comissão do Senado o governo terá ampla maioria e deve indicar ao menos 9 de seus 13 integrantes.

Paralelamente, senadores petistas começaram a colher assinaturas para instalar outra CPI para investigar o cartel do Metrô de São Paulo, Estado comandado pelo PSDB do presidenciável Aécio Neves, uma vez que a decisão da ministra do STF Rosa Weber impede que o tema seja incluído na CPI da Petrobras.

"Se a oposição pensa que vamos deixar de lado outras suspeitas, está enganada", disse o senador Humberto Costa (PE), líder do PT. A estratégia dos governistas foi definida em reunião com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) no Planalto.

A CPI só será instalada no Senado depois que os líderes partidários indicarem seus membros. Não há prazo previsto no regimento da Casa, mas os senadores trabalham informalmente com o período de 30 dias após Renan pedir os nomes oficialmente.

O presidente do Senado só vai tratar do assunto na próxima semana, quando volta de viagem oficial à Itália. Em nota ontem, Renan defendeu os argumentos do governo ao afirmar que fatos diversos podem ser incluídos no início das investigações das CPIs, mesmo sem relação com o seu tema central.

"Se fatos podem ser acrescidos durante a apuração, entende-se que muito mais eles são possíveis na criação da CPI", afirmou.

Em Roma, justificou o recurso ao STF: "O Senado quer mais, quer uma decisão do pleno [do STF], não apenas uma manifestação individual [da ministra Rosa Weber]".

Já a oposição vai cobrar a instalação imediata da CPI.

"Não há mais como adiar. A decisão está tomada. A garantia ao direito das minorias foi garantida no STF e agora é hora de fazermos as investigações", disse Aécio Neves.

Sobre a ameaça do governo de promover investigações para constranger adversários, o tucano disse ser "legítima" uma CPI para o cartel do Metrô paulista e que o PSDB não "teme investigação sobre absolutamente nada".

Além da CPI do Senado, a oposição vai cobrar a instalação da CPI mista (de deputados e senadores) para investigar a Petrobras, que também já conta com as assinaturas necessárias.

DEM e PSDB consideram que a decisão de Rosa Weber também vale para a CPI mista. Os governistas discordam.


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