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Ex-diretor da Petrobras vira réu por lavagem

Juiz afirma que há suspeitas de desvios de recursos da refinaria Abreu e Lima, que é da estatal, em Pernambuco

Defesa dos acusados diz que não há provas de recebimento de recursos ilícitos; a Petrobras não quis falar

MARIO CESAR CARVALHO DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tornou-se réu ontem numa ação penal que aponta suspeitas de desvios de recursos da refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída pela estatal em Pernambuco.

Ele é acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O doleiro Alberto Youssef e alguns dos seus laranjas, como o empresário Leonardo Meirelles, que se apresentava como dono de um laboratório investigado, o Labogen, são réus na mesma ação. Esta é a terceira ação penal aberta contra o doleiro.

Costa foi diretor de distribuição da Petrobras entre 2004 e 2012, quando cuidou dos projetos técnicos da refinaria. Ele acabou sendo preso em 20 de março na Operação Lava Jato da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, quando tentava ocultar provas.

Segundo a Justiça federal, só no contrato do consórcio CNCC, formado pelas empreiteiras Camargo Correa e Cnec, teria havido um superfaturamento entre R$ 208 milhões e R$ 426,2 milhões para a construção de uma unidade da refinaria, segundo o Tribunal de Contas da União.

A refinaria Abreu e Lima começou a ser construída em 2007 com um custo estimado de US$ 2 bilhões. A obra não está pronta, mas seu custo já chegou aos US$ 18 bilhões.

Segundo o juiz, o consórcio teria usado duas empresas, a Sanko Sider e a Sanko Serviços, que, subcontratadas, repassaram R$ 26 milhões entre 2009 e 2012 a uma empresa de fachada do doleiro, a MO Consultoria, sem qualquer justificativa.

A Sanko, maior fornecedora de tubos da Petrobras, diz que os pagamentos se referem a consultorias de vendas feitas por Youssef. A PF, porém, não achou nenhuma comprovação dos supostos serviços.

Planilha apreendida pela PF mostra que a MO Consultoria recebeu R$ 7,95 milhões entre julho de 2011 e julho de 2012, período em que Costa ainda ocupava a diretoria da Petrobras.

Uma parte dos valores repassados à MO Consultoria foram sacados em espécie usando contas de empresas controladas por Youssef, como a Labogen, Piroquímica e Empreiteira Rigidez.

A Justiça classificou essas operações de lavagem de dinheiro, já que visavam "ocultar os valores destinados ao grupo criminoso no antecedente esquema de desvio de recursos na construção da refinaria Abreu e Lima".

O juiz Sérgio Moro diz que um jipe Land Rover Evoque, comprado por R$ 250 mil e presenteado pelo doleiro ao ex-diretor da Petrobras, foi produto de desvios de recursos da usina.

OUTRO LADO

O advogado de Costa, Fernando Fernandes, afirma que a denúncia é vazia e nega que seu cliente "tenha recebido qualquer valor".

O consórcio CNCC diz que "não pode responder por outras empresas e reafirma que jamais teve relações comerciais ou fez repasses de recursos às pessoas e empresas citadas" pelo juiz.

A Sanko Sider diz que "todos os contratos das empresas do grupo são estritamente comerciais" e que não fez vendas para a refinaria.

O advogado de Youssef, Antônio Augusto Figueiredo Basto, afirma que o seu cliente não tem relação com a MO Consultoria e que ele é vítima de um linchamento'.

A Petrobras não quis se pronunciar sobre o suposto superfaturamento.


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