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Para conter desgaste, Dilma ajusta Bolsa Família em 10%

Em queda nas pesquisas, petista também anunciou correção na tabela do IR

Em pronunciamento feito pelo Dia do Trabalho, presidente aproveitou para fazer críticas à oposição

TAI NALON VALDO CRUZ NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Em pronunciamento pelo Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff lançou ontem em cadeia de rádio e TV o que assessores classificam de "receita" para reagir à queda nas pesquisas de intenção de voto provocada por uma onda de notícias negativas.

Em uma fala de 12 minutos, com forte apelo eleitoral, ela anunciou três medidas voltadas para os trabalhadores, sendo que duas delas não terão efeitos neste ano: aumento de 10% no valor do Bolsa Família, correção na tabela do Imposto de Renda na Fonte de 4,5% em 2015 e promessa de manter a política de valorização real do salário mínimo a partir de 2016.

O Bolsa Família, que atende 36 milhões de brasileiros, é a mais importante vitrine dos governos petistas e mais uma vez apontado como crucial na corrida à reeleição.

Ela disse genericamente que assume o "compromisso de continuar a política de valorização do salário mínimo", cujo modelo atual --com reajustes reais baseados na variação do crescimento da economia-- termina em 2015.

No pronunciamento, Dilma fez ainda críticas à oposição que, segundo ela, aposta no "quanto pior, melhor", e buscou adotar vacinas para se proteger de temas que estão minando sua popularidade neste ano eleitoral: inflação em alta, custo da energia elevado e denúncias de irregularidades na Petrobras.

ATAQUE

Semanas depois de o Datafolha mostrar que 72% dos eleitores querem que as ações do próximo presidente sejam diferentes das de Dilma, a presidente usou por sete vezes a palavra "mudar" e "mudança" em sua fala.

Petistas vibraram com a politização do pronunciamento voltado, de um lado, para uma audiência que historicamente sempre voltou com o PT, a classe trabalhadora, e, de outro, à classe média. Dilma sempre resistiu a pressões para que politizasse o discurso em situações como essa, mas mudou de ideia com a queda nas pesquisas.

Num discurso elaborado com o marqueteiro João Santana e com o aval do ex-presidente Lula, Dilma respondeu veladamente a série de críticas disparadas por economistas da oposição.

"Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador", afirmou a presidente, depois de dizer que "para eles, a valorização do salário mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores".

CORRUPÇÃO

Após a sequência de mais de um mês de notícias negativas acerca da Petrobras e com o diagnóstico em mãos de que o escândalo contribuiu para sua queda nas pesquisas, Dilma defendeu "combate incessante e implacável" à corrupção.

"Sei que a exposição desses fatos causa indignação e revolta a todos, seja a sociedade, seja o governo, mas isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade".

Dilma buscou ainda se defender das críticas de que seu governo não tem combatido a inflação. Falou de "aumentos localizados de preços" e atribuiu a alta em sua maioria a eventos climáticos e disse que são "temporários".

BATALHAS

Criticada por analistas de empurrar reajustes da conta de luz para o próximo ano para evitar desgastes e aumento de inflação no ano eleitoral, a presidente lembrou que em seu governo a "tarifa de luz teve a maior redução da história" e atribuiu os problemas atuais no setor à seca. "Imaginem se nós não tivéssemos baixado as tarifas", afirmou ela.

Na parte final de sua fala, disse que "quem está ao lado do povo pode até perder algumas batalhas, mas sabe que, no final, colherá a vitória".

Em nota, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que o pronunciamento de Dilma mostra "o desespero de um governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção e uma presidente da República fragilizada pelo boicote da sua própria base".

Ele também afirmou ser lamentável que a petista "use a TV para fazer campanha política e atacar adversários".


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