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Aécio diz que PT não tem política agrícola e cria travas ao setor
Em feira de Ribeirão Preto, tucano afirma ser o 'candidato do agronegócio' e que governo comete 'crime' contra o etanol
Senador voltou a dizer que não teme enfrentar Lula nas urnas caso Dilma desista de se lançar à reeleição
Reivindicando a posição de "candidato do agronegócio" o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve concorrer à Presidência da República, disse ontem que o governo federal não tem uma política de incentivo à agricultura.
Ao participar da Agrishow, principal feira de tecnologia agrícola do país, que acontece em Ribeirão Preto, o tucano elogiou a inovação e a eficiência do produtor nacional.
No entanto, criticou os obstáculos criados pelo poder público que impedem um crescimento ainda maior do setor do agronegócio.
"Da porteira para dentro [da propriedade rural] vai bem, o problema é da porteira para fora, onde o agricultor é obrigado a lidar com uma série de deficiências, de logística, inflação, alta carga tributária", disse.
Aécio afirmou ainda que a política econômica do governo federal, que inclui o controle do preço da gasolina, tem sido um "crime" contra o etanol brasileiro, que perde competitividade pela interferência estatal.
"O fracasso do setor [sucroalcooleiro] não corresponde ao esforço e talento dos produtores e do avanço das fronteiras tecnológicas. Nós precisamos de uma linha de crédito que funcione, uma política clara e transparente de preços [dos combustíveis] e garantia de estímulos para quem venha empreender", afirmou Aécio.
Sobre o movimento "Volta, Lula" --liderado por aliados críticos da gestão da presidente Dilma Rousseff-- o tucano se disse "indiferente" em relação ao candidato do PT nas próximas eleições.
Aécio sugeriu que, se a presidente não for candidata à reeleição, estará assumindo o fracasso de seu governo.
"Você só deixa de disputar a reeleição por dois motivos: morte ou fracasso. Não há uma terceira alternativa justificável. Seja qual for [o candidato], nós temos condições de vencer."
PETROBRAS
Sobre as declarações da presidente da Petrobras, Graça Foster, que falou ontem na Comissão de Fiscalização e Minas e Energia da Câmara, disse que o "governo não se entendeu até hoje".
Na abertura de seu novo depoimento no Congresso, sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA), a presidente da Petrobras suavizou seu discurso anterior ao Senado há 15 dias sobre a aquisição e sustentou que por dois anos o negócio poderia ser considerado "potencialmente bom".
"Queremos saber quem estava com a razão, porque o governo não se entendeu até hoje. Um dia disse que era bom, no outro disse que era ruim", afirmou.