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Manifesto do PSB tem de mudar, diz Campos

Previsão é de que documento com princípios da sigla, alvo de ataques na internet, seja alterado antes das eleições

Dirigentes do partido entrevistados pela Folha, no entanto, são contra decisão de modificar o texto

DE BELO HORIZONTE DE SÃO PAULO

O pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos (PSB), disse ontem que o debate sobre a alteração do manifesto que define os princípios do partido foi feito a seu pedido e que a mudança deverá ser realizada até 10 de junho, data da convenção nacional da sigla.

A coordenação da pré-campanha presidencial tem demonstrado preocupação com trechos do documento, que são alvo de ataques na internet. O manifesto, de 1947, defende a "socialização dos meios de produção" e limites à propriedade privada.

"Estamos preparando programa de governo que tem compromissos com a ordem econômica e estabilização da economia. E temos interesse de fazer esse debate para mudar o programa", disse, em visita a Belo Horizonte (MG).

As críticas aos trechos levaram o coordenador de comunicação da pré-campanha, Alon Feuerwerker, a enviar e-mail no domingo ao pré-candidato sobre o tema.

Na mensagem, flagrada pela Folha, o coordenador questiona se é possível alterar o manifesto.

Segundo Campos, a sigla "já estava fazendo" a discussão de mudança e é "disso que trata o e-mail".

"A nossa posição é de respeito a um documento histórico do partido e as nossas posições sobre essa matéria já estão claramente colocadas".

A proposta de modificação do manifesto, no entanto, não é consenso na sigla. Ontem, dirigentes da legenda disseram à Folha ser contrários a uma alteração.

Para eles, o manifesto é um documento que faz parte da trajetória da sigla, sem ter ligação com o programa de governo para as eleições.

"É um documento histórico e não tem razão de ser mudado", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), o documento foi escrito em um outro período histórico e, por isso, apresenta utopias vividas na época.

"A Guerra Fria acabou. Eram outros tempos. Esse é um documento histórico, patrimônio tombado, não precisa ser mudado", defendeu.

Para o presidente estadual do PSB em São Paulo, Márcio França, alterar o manifesto é como se pretendesse "apagar a certidão de nascimento de um bisavó".

"Isso faz parte da história do partido", disse. (PAULO PEIXOTO E GUSTAVO URIBE)


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