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Em nova manobra, Congresso adia início da CPI da Petrobras
Oposição acusa Renan Calheiros de protelar o começo das investigações para atender a interesses do Planalto
Oposição e PMDB, principal aliado do governo, são favoráveis à comissão mista, com deputados e senadores
Em mais uma manobra que beneficia o governo, o Congresso vai adiar em pelo menos mais uma semana o início da CPI da Petrobras.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou para hoje a instalação da comissão mista (com deputados federais e senadores), mas vai manter suspenso o início dos trabalhos.
Renan vai adotar a mesma conduta seguida no Senado, onde há um pedido mais antigo de instalação de comissão de inquérito para investigar a estatal.
O senador vai rejeitar questionamentos do PT e da oposição para que a CPI investigue assuntos externos à Petrobras e irá pedir que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) se manifeste sobre o tema --que tem reunião somente na semana que vem.
A oposição acusa Renan de agir para protelar as investigações, de acordo com os interesses do Planalto. O presidente do Senado diz que apenas cumpre as regras e prazos previstos no Legislativo.
"O papel de presidente do Congresso é delicado, complexo. A oposição acha que você está delongando, o governo acha que você está agilizando", afirmou.
CPI DO SENADO
O PT insiste na instalação de CPI exclusiva do Senado para investigar a Petrobras, o que abre caminho para que duas comissões de inquérito funcionem em ano eleitoral. O governo acredita que tem maior poder de controle dos trabalhos em uma comissão só do Senado.
DEM e PSDB retiraram as indicações dos senadores que vão participar da CPI do Senado numa tentativa de que apenas a mista seja instalada.
Aliados do Planalto reagiram à manobra e pediram que Renan indique os membros se a oposição não recuar.
A oposição espera o apoio de partidos aliados do governo na Câmara dos Deputados para que a CPI mais ampla comece a funcionar na semana que vem. O PMDB, principal aliado do governo, é favorável à comissão mista.
Se o "blocão" aderir, os oposicionistas terão o mínimo de 17 membros para dar início aos trabalhos da comissão de inquérito mista mesmo que o PT decida não indicar os seus membros.