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Sabatina Folha - Alexandre padilha

Vamos colocar mais subsídio no transporte

Pré-candidato do PT a governador defende integração de trens e ônibus intermunicipais, com custo maior para estado

MARINA DIAS DE SÃO PAULO

O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, prometeu ontem aumentar os subsídios ao transporte público no Estado para integrar metrô, trens e ônibus intermunicipais e reduzir as tarifas. Em sabatina promovida pela Folha em parceria com o UOL, portal do Grupo Folha, o SBT e a rádio Jovem Pan, o petista culpou o governo estadual e a falta de investimentos da Sabesp pela crise no abastecimento de água e diz que buscará alianças com partidos como o PP do deputado Paulo Maluf (SP) e o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), preso pelo mensalão. Os jornalistas Ricardo Balthazar, editor do caderno "Poder" da Folha, Josias de Souza, blogueiro de política do UOL, Patrick Santos, da Jovem Pan, e Fabio Diamante, do SBT, conduziram a sabatina transmitida ao vivo pelo UOL, site do SBT e Jovem Pan.

ALIANÇAS

Padilha disse que vai procurar todos os partidos da coalizão que apoia o governo da presidente Dilma Rousseff para fazer "a aliança mais ampla que o PT já teve em São Paulo", inclusive com o PP do deputado Paulo Maluf (SP), adversário histórico do PT, e o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), condenado no julgamento do mensalão.

Para Padilha, o PP "tem um papel muito importante" por comandar hoje o Ministério das Cidades, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida.

A aliança com o PP causou constrangimento aos petistas nas eleições de 2012, quando Fernando Haddad (PT), então candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, posou para fotos ao lado de Maluf e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na casa do deputado, em São Paulo.

"Vocês [imprensa] vão mostrar essas pessoas [Maluf e Costa Neto] ao meu lado. Vamos buscar partidos que apoiam a presidente Dilma e tirar esses partidos da base do governador Geraldo Alckmin (PSDB)", disse Padilha.

METRÔ

Padilha defendeu investimentos na rede metroviária, com dinheiro do governo federal e da iniciativa privada, e um aumento dos subsídios para o transporte público. "Nós queremos investir cada vez mais. Captar recursos do governo federal, mas, ao mesmo tempo fazer parcerias público-privadas", afirmou Padilha.

Das quatro obras do Metrô em andamento, três são financiadas parcialmente com empréstimos de bancos federais, o BNDES e a Caixa, mas nenhuma recebeu investimentos diretos do governo federal.

Perguntado se vai manter congeladas as tarifas do metrô e das outras duas empresas estaduais, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), Padilha disse que vai implantar o bilhete único integrado para seus usuários, reduzindo as tarifas e aumentando os subsídios do Tesouro ao sistema.

SEGURANÇA PÚBLICA

Padilha disse ser a favor da "integração das três polícias [civil, militar e científica]" em atividades operacionais, incluindo a organização de bancos de dados sobre crimes e a formação dos policiais.

O ex-ministro disse ainda que é preciso aumentar o efetivo de policiais nas ruas e contratar civis para realizar atividades administrativas, como o serviço 190, proposta que reivindica como sua.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou no final de abril que o contrato de licitação para terceirizar o serviço do 190 deve ser assinado em dois meses e foi acusado por Padilha de "copiar o PT".

ÁGUA E ENERGIA

Padilha responsabiliza a gestão da Sabesp e o que chama de falta de planejamento dos governos do PSDB em São Paulo pela crise no abastecimento de água no Estado.

Para ele, há racionamento de água desde dezembro em algumas regiões do Estado e a Sabesp foi "irresponsável" por não realizar obras previstas desde 2004 para desafogar o sistema Cantareira, que hoje opera com menos de 10% de sua capacidade. "É uma irresponsabilidade na gestão em todos os aspectos", disse.

O ex-ministro rejeitou comparações entre a crise da água em São Paulo e as dificuldades que o governo federal tem encontrado para afastar o risco de um racionamento de energia elétrica. A falta de chuvas, principal motivo da crise no abastecimento de água, também prejudica os reservatórios das usinas hidrelétricas.

Padilha disse que, enquanto "nenhuma obra saiu do papel" nos últimos dez anos em São Paulo, o governo federal realizou várias para aumentar a oferta de energia.

"No país se fez duas grandes usinas hidrelétricas, quilômetros e quilômetros de linhas de transmissão, exatamente para enfrentar essa situação, quando chove em uma região, você transmitir [energia] para uma região em que choveu menos", disse.

A maioria das usinas e das linhas de transmissão com obras em andamento no país estão atrasadas, segundo o governo. As duas usinas do rio Madeira que ficaram prontas, em Rondônia, ainda não operam com toda sua capacidade.

PCC

O petista classificou o PCC (Primeiro Comando da Capital) como "facção criminosa que deve ser enfrentada" e que "transformou as penitenciárias de São Paulo em escritórios administrativos".

Padilha disse apostar na parceria com o governo federal para controlar o dinheiro que chega aos criminosos. "A melhor forma de enfrentar uma facção criminosa é seguir o dinheiro dela, é estancar o dinheiro dela. No governo do PT não existe diálogo, acordo ou qualquer acomodação."

LABOGEN

Padilha rejeitou suspeitas de que ajudou a promover no Ministério da Saúde interesses do laboratório Labogen, controlado pelo doleiro Alberto Youssef, que é apontado pela Polícia Federal como chefe de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e está preso desde março em Curitiba.

Segundo mensagens interceptadas pela PF, Padilha atendeu a pedidos do deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) e indicou um ex-assessor do Ministério da Saúde para dirigir o Labogen.

Vargas é autor de uma mensagem a Youssef em que diz: "foi Padilha que indicou" ao se referir à ida de Marcus Cezar Ferreira de Moura, ex-assessor do ministro, para o laboratório. O deputado disse na semana passada, porém, que Padilha não foi responsável pela indicação.

Ele afirmou ter criado mecanismos que impediriam a contratação do laboratório. Um projeto de parceria do Labogen com o laboratório da Marinha e um laboratório privado, o EMS, foi aprovado em dezembro e cancelado depois da prisão do doleiro, quando a Folha apontou as ligações entre o Labogen e Youssef.

Padilha disse que uma vistoria da vigilância sanitária prevista para março faria a avaliação das máquinas e da capacidade de produção do Labogen e teria condições de verificar qualquer problema.

Um funcionário do laboratório disse à Polícia Federal que suas máquinas eram velhas e foram revestidas de alumínio para dar a impressão de novas durante uma visita de técnicos ao laboratório.

"O que é apontado no termo [de compromisso de parceria]? Que só poderia progredir um contrato se apresentasse relatório da vigilância sanitária, que faz a avaliação das máquinas, de equipamentos, a capacidade de produção. Essa primeira vistoria serve para outras coisas, para ver se o laboratório tinha a marca da matéria prima que iria produzir", explicou.


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