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Oposição hesita em agenda para economia

Rivais defendem ajustes em políticas cujo rumo presidente promete manter

Propostas de Aécio e Campos na área social contrariam discurso a favor da contenção dos gastos do governo

GUSTAVO PATU NATUZA NERY VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Enquanto tentam surfar a onda do desgaste sofrido pela presidente Dilma Rousseff, os principais candidatos da oposição mostram hesitações e contradições ao tentar esboçar uma agenda econômica para o próximo governo.

Eles encontram dificuldades para conciliar o diagnóstico dos pontos fracos da gestão petista --inflação e gastos públicos em alta, economia estagnada-- com propostas que não ameacem conquistas como o desemprego baixo e a queda da pobreza.

Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) têm pregado a necessidade de ajustes duros na economia, em termos genéricos. Ao tratar de medidas concretas, tentam disputar com o governo a generosidade nas políticas sociais e trabalhistas.

O tucano apresentou projeto para corrigir a tabela do Imposto de Renda pela inflação integral, enquanto Dilma ofereceu um índice de 4,5%. O pessebista prometeu ampliar a clientela e reajustar os benefícios do Bolsa Família.

Ao mesmo tempo, ambos dizem que, se eleitos, trabalharão por maior controle das contas públicas e da inflação, hoje impulsionada justamente pelos gastos federais e pelos ganhos salariais superiores ao crescimento do país.

Não é difícil entender. De acordo com o Datafolha, juntos, os dois têm mais intenções de voto do que Dilma entre os eleitores de renda e escolaridade mais elevadas. A presidente conta com o apoio dos mais pobres e dependentes dos programas sociais.

Num cenário pesquisado pelo Datafolha, com apenas os três candidatos principais, entrevistados com renda acima de dez salários mínimos (R$ 7.240 mensais) dão 33% dos votos para Dilma, 31% para Aécio e 16% para Campos. Entre os que ganham até dois mínimos (R$ 1.448), Dilma alcança 47%, Aécio, 17%, e Campos, 13%.

Mais bem colocado na pesquisa, o candidato tucano é o mais cauteloso nas manifestações públicas, embora já tenha se declarado disposto a tomar medidas "impopulares" para arrumar a economia.

A parte econômica de seu programa está a cargo do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e de José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica da Fazenda no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Embora filiado a um partido que se diz socialista e sem conselheiros tão conhecidos, Campos procura disputar as simpatias do mercado com propostas mais explícitas que as do tucano, como a que sugere reduzir a meta de inflação dos atuais 4,5% para 3%, num prazo de cinco anos.


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