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Dilma irá propor trabalho seguro na Copa
Cartilha com diretrizes para empresas e sociedade civil chega após morte do nono operário nas obras de estádios
Documento exorta empresas a criarem vagas de emprego para jovens, negros, mulheres e deficientes
A presidente Dilma Rousseff deve assinar nesta semana, no Palácio do Planalto, uma cartilha que estabelece diretrizes gerais para o trabalho seguro e prevenção de acidentes nos eventos da Copa.
O aceno aos trabalhadores virá, entretanto, poucos dias depois da nona morte de operários envolvidos nas construções dos estádios do Mundial do Brasil --a de Muhammad'Ali Maciel Afonso, 32, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
A cartilha carece de propostas concretas. Defende apenas que empresas, governo e sociedade civil "comprometam-se a tomar medidas que estiverem ao seu alcance".
O documento se propõe também a prevenir a exploração sexual e o trabalho infantil. Também exorta empresas a criarem empregos formais para jovens, negros, mulheres e deficientes.
Segundo a BWI (Building and Wood Worker's International), entidade que combate más condições de trabalho no mundo, cumprir os prazos da Fifa tem gerado mortes --algo que, segundo a organização, já havia sido alertado pelos sindicatos.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, defende que a responsabilidade pelas condições de trabalho é dos países e empresas envolvidas nos preparativos.
As obras da Copa já contabilizam mais mortes de operários do que o auge do movimento por melhores condições de trabalho no Brasil, como o de 1917, em São Paulo (quando o espanhol José Martinez foi morto em uma das paralisações), e o de 1988, em Volta Redonda (quando três operários da Companhia Siderúrgica Nacional morreram em intervenção do Exército durante uma greve).