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Polícia acha armas roubadas de torturador

Também foram recuperados utensílios e munições que pertenciam ao coronel assassinado em abril, em seu sítio

Em março, Paulo Malhães admitiu à Comissão da Verdade ter participado de torturas na ditadura

OSNI ALVES DO RIO

A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou parte das armas roubadas da casa do coronel Paulo Malhães, assassinado no final de abril em seu sítio em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense).

De acordo com a polícia, sete das dez armas foram apreendidas após o setor de inteligência policial localizar uma residência onde estavam as armas levadas do sítio do coronel. A polícia também informou que, além das armas, foram recuperados alguns utensílios e munições que estavam no sítio.

Conforme a Folha antecipou no sábado, em sua edição on-line, a Polícia Civil fez diligências em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, e deteve três pessoas: Uewerton Pires de Araújo, 22, sobrinho do caseiro do sítio de Malhães, Rogério Pires; Welison Silva de Souza, 22; e um rapaz identificado como Waltinho.

O caseiro Rogério Pires está preso desde o dia 29, acusado de participação no crime. Ele é suspeito de ter facilitado a entrada de três criminosos, dos quais dois foram reconhecidos como sendo seus irmãos. Ele nega qualquer envolvimento no caso.

Com exceção do sobrinho do caseiro, que já foi liberado, os demais suspeitos continuam detidos (foram encaminhados ao presídio de Bangu 10) porque as armas foram encontradas em uma casa que estava alugada em nome de Welison Silva de Souza no bairro de São Fernando, em Santa Cruz, zona oeste do Rio.

Delegado titular da Delegacia de Homicídios, Pedro Medina confirmou a operação. "Recuperamos sete armas, sendo duas de pressão, e muita munição. A viúva reconheceu as armas", disse.

Elisângela Hilário, mãe de Welison, disse que há dois meses o filho havia deixado a casa onde as armas foram encontradas. "Ele se separou da mulher, mas como não havia retirado os móveis, estava mantendo a residência", afirmou, acrescentando que o imóvel é alugado.

ASSASSINATO

No dia 25 de abril, o coronel reformado Paulo Malhães foi encontrado morto com sinais de asfixia, num dos cômodos de seu sítio, em Nova Iguaçu. Durante a ação dos criminosos ao invadirem a casa, a mulher do militar e o caseiro foram amarrados em quartos distintos.

Em março, Malhães havia prestado depoimento à Comissão Nacional da Verdade em que reconhecia ter participado de torturas e ocultações de corpos de vítimas da ditadura militar (1985-1964).

Ele relatou sua passagem pela chamada Casa da Morte de Petrópolis, na região serrana do Rio, um centro clandestino de tortura onde cerca de 20 presos políticos teriam sido assassinados.

A Comissão da Verdade suspeita que Malhães tenha sido vítima de queima de arquivo para não incriminar outros agentes da ditadura.


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