Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Para voltar a receber salário, Vargas reassume seu mandato na Câmara

Processo no Conselho de Ética pode resultar na cassação do deputado

ANDRÉIA SADI MARIANA HAUBERT DE BRASÍLIA

Suspeito de ter ligações com o doleiro Alberto Youssef, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) reassumiu nesta quarta (14) seu mandato na Câmara, após uma licença de um mês.

A decisão de Vargas, antecipada pela Folha há duas semanas, havia sido submetida a técnicos da Casa --o deputado deixou o PT após seu envolvimento com o doleiro, pivô da Operação Lava Jato da Polícia Federal, vir à tona.

A Folha apurou que Vargas disse a aliados que um dos principais motivos que o levou a reassumir o mandato foi a necessidade de voltar a receber salário --ele se licenciou em 7 de abril.

O salário do parlamentar é de R$ 26.723,13, além de benefícios. Ele também não recebeu a verba indenizatória paga aos congressistas e teve que exonerar todos os servidores do seu gabinete.

Pelas contas do deputado, o Conselho de Ética da Câmara só deve analisar o processo que pode resultar em sua cassação em julho. Assim, ele pode continuar no mandato até seu caso ser julgado.

O parlamentar tem se dedicado à sua defesa, em reuniões com advogados, desde que, na semana passada, a Justiça do Paraná enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal informando que a PF concluiu que o conteúdo das mensagens trocadas entre ele e Youssef "tem possível caráter criminoso".

O deputado se afastou da Câmara após a Folha revelar que ele usou um jato cedido por Youssef, preso sob acusação de lavar dinheiro, fazer remessas ilegais de dólar e financiar o narcotráfico. Em conversas captadas pela PF, os dois discutem um contrato com o Ministério da Saúde de interesse de um laboratório do qual o doleiro é sócio.

Pressionado pelo PT, Vargas se desfiliou da legenda em abril. Ele nega irregularidade nas relações com Youssef, a quem diz conhecer há 20 anos. Sobre o laboratório, ele argumenta que não houve privilégios pois o trâmite no Ministério da Saúde durou de oito a nove meses.

Em entrevista em abril à Folha, Vargas se disse injustiçado. "Vou provar na justiça. Não posso ficar sendo tratado como sócio de doleiro, que eu não sou."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página