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Foco A Copa como ela é

Rio inclui arte em protestos contra o Mundial

Ativistas preparam intervenções culturais com bandas, poesias, circo e pintura de rua

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Quem cruzava a Cinelândia, no centro do Rio, na noite de sexta (16) tinha de se abaixar para passar por um varal de barbante que cortava toda a extensão da praça. Nele, estavam afixadas fotos --impressas em qualidade muito baixa-- de policiais disparando bombas e manifestantes atirando pedras.

Atrás do varal, a Câmara dos Vereadores do Rio. Em sua fachada uma grande faixa com a inscrição "Não vai ter Copa". Entre o varal e a escadaria do prédio, um grupo de artistas --bandas, poetas e grupos circenses-- se revezava no microfone aberto.

A cena ocorreu no festival Não Vai Ter Copa, evento organizado pela FIP (Frente Independente Popular), que reúne grupos de esquerda e anarquistas. O festival é o primeiro de uma série de intervenções artísticas de protesto que serão postas em prática antes e durante o Mundial.

Além da FIP, outros grupos programam pinturas nas ruas com críticas à Copa, peladas no centro do Rio no dia da abertura e até uma paródia do Fifa Fun Fest, a "Manifest", com debates políticos no intervalo dos jogos.

A ideia é tentar levar às pessoas as pautas nascidas em 2013 de forma diferente --e complementar-- ao modelo clássico de marchas de protesto, que também ocorrerão a despeito da movimentação cultural. Remoções forçadas em favelas e violência policial em comunidades com UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) estão entre as pautas.

"Aqui é um diálogo cultural para as pessoas entenderem que a coisa não é só manifestação, black bloc'. A dinâmica e a visceralidade desse ato para os protestos com marcha, contudo, são as mesmas. Estamos aqui passando a mensagem, colocando as demandas populares a partir das ruas", disse o professor de teatro André Lemos, 29.

O movimento Ocupa Copa, nascido do Ocupa Carnaval, que criou paródias de marchinhas com letra de protesto no Carnaval de rua deste ano, é outro que pretende fazer intervenções do tipo.

A "Manifest", por exemplo, vai parodiar o modelo da Fifa Fun Fest, eventos em espaços públicos nos quais são transmitidos jogos do Mundial com shows de artistas nos intervalos. Em vez de shows, debates e reivindicações.

Os ativistas do Ocupa Copa pretendem ainda, no dia 24, pintar as ruas da cidade de maneira crítica, como resposta às vias enfeitadas de verde e amarelo.


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