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Nasi critica política da cracolândia em show

Décima Virada Cultural em São Paulo é aberta com banda Ira!; tentativas de arrastão são registradas em vários pontos

Vocalista pede que poder público trate usuários 'com amor' e não como 'sujeira' que deve ser retirada

DE SÃO PAULO

Depois de sete anos fora dos palcos, a banda de rock Ira! abriu neste sábado (17), na praça Júlio Prestes, em São Paulo, a Virada Cultural 2014.

O vocalista, Nasi, criticou o tratamento dado pelo governo a usuários de crack do centro de São Paulo.

"Estamos em uma região da cidade em que está se alastrando uma doença, o vício do crack", disse, ao introduzir a música "Flerte Fatal", que fala sobre vício.

"Que o poder público trate [os usuários] com amor, como doentes que são. Porque eles precisam de auxílio médico, e não que os limpem da cidade como se fossem sujeira", disse músico.

Na quarta, a prefeitura de Fernando Haddad (PT) tentou conter usuários num cercado de metal erguido na esquina da alameda Cleveland com rua Helvetia, o que deixou dependentes indignados.

O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, presente no show, afirmou, entretanto, que a crítica não foi dirigida à prefeitura.

"O que Nasi disse reforça a ideia da prefeitura, de tratar os usuários como seres humanos. Quem trata com polícia não somos nós", disse.

Com início às 18h10, o show começou com "Longe de Tudo", do primeiro LP da banda, "Mudança de Comportamento", lançado em 1985. "Gritos na Multidão", de 1986, veio em seguida.

"Quero ouvir os gritos da multidão!", pediu Nasi, 52, e foi prontamente atendido pelo público, formado na maioria por gente da sua geração. A organização estima o público em 40 mil pessoas.

Os fãs de Nasi e do guitarrista Edgar Scandurra acompanharam as canções com letras na ponta da língua.

"Tarde Vazia" foi o primeiro grande momento, com o público cantando com as mãos para cima. Em seguida, veio "Dias de Luta", fazendo a plateia entoar o clássico coro da canção: "Porra, caralho, cadê meu baseado?".

A inédita "ABCD", que lembra a jovem guarda, foi recebida com animação.

Sem André Jung e Ricardo Gaspa, baterista e baixista da banda no período de 1985 a 2007, respectivamente, a banda paulistana se apresenta agora com Daniel Rocha, filho de Edgard, no baixo, Evaristo Pádua, na bateria, e Johnny Boy nos teclados.

Com os vocais de Nasi e Scandurra, no entanto, a banda mantém sua identidade. Fora de forma, Nasi deu alguns pulos desajeitados no palco e cantou com uma voz ainda mais rouca e grave.

Se o Ira! discursou em favor de tratamento melhor para usuários de crack, a cantora Baby do Brasil, que subiu ao palco Júlio Prestes depois da banda, usou seu show para fazer uma pregação evangélica. "Não vai ter bunda mole no céu. Só gente casca grossa!", disse a artista, que se definiu como uma "popstora".

VIOLÊNCIA

Segundo a Guarda Civil Metropolitana, por volta das 23h os arrastões começaram a acontecer em vários pontos da cidade. Houve detenções no largo São Bento, no Vale do Anhangabaú, na praça Julio Mesquita e nas avenidas Rio Branco e Duque de Caxias. Ainda segundo a Guarda Civil, essas prisões estão relacionadas aos arrastões.

No fim do show da rapper Flora Matos, no Palco Carlos Nazaré, um início de arrastão dispersou boa parte da público, cerca de mil pessoas.

Um grupo começou uma briga e houve tentativa de roubos no meio da plateia.

A cantora interrompeu o show quando parte do público saiu correndo.

Pouco antes da meia-noite havia um ônibus da Polícia Militar parado na porta do 2º DP com 21 pessoas detidas, 17 delas menores.

O grupo, segundo a PM, foi preso por tentativa de arrastão na rua Barão de Tatuí esquina com rua Jaguaribe, próximo ao evento Chefs na Rua.


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