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A Copa como ela é

Método usado é de 'guerrilha', diz Haddad

Para impedir circulação, grevistas furam pneus e tiram chaves de ônibus; motoristas mandam passageiros descerem

Sindicato, que fechou acordo com empresas, acusa oposição; guerra de poder teve até troca de tiros durante eleição

DE SÃO PAULO

Para impedir a circulação de ônibus que não aderiram à paralisação desta terça-feira (20) em São Paulo, manifestantes obrigaram motoristas, cobradores e passageiros a descer dos veículos.

Ônibus foram estacionados na transversal, impedido a entrada e a saída de terminais e bloqueando a circulação em corredores. Veículos parados em fila também tiveram pneus esvaziados e as chaves tiradas do contato.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse que o protesto pegou a administração de surpresa. "É uma guerrilha inadmissível. Como você entra no ônibus e manda o passageiro descer? Entra no ônibus e joga a chave fora?", disse em entrevista à TV Band.

A paralisação ocorreu em meio a uma disputa de poder no sindicato da categoria, que reúne 37 mil trabalhadores e tem orçamento anual de cerca de R$ 16 milhões.

No início da noite, a ação de um grupo dissidente havia dado um nó no trânsito e paralisado 16 dos 28 terminais da capital. Não há estimativa de quantos motoristas aderiram ao protesto.

Representantes da atual diretoria dizem que o movimento foi orquestrado pela chapa que perdeu a última eleição.

"Com certeza foi alguém infiltrado que não aceitou a perda no ano passado", disse Francisco Xavier da Silva Filho, diretor do sindicato.

Isao Hosogi, que deixou a entidade após nove anos como presidente e hoje está na oposição, porém, nega.

"A nova diretoria se elegeu prometendo mundos e fundos, mas não conseguiu nada. Aí os trabalhadores ficaram revoltados", afirma.

A disputa no sindicato tem um histórico de 16 mortes em duas décadas. A última eleição foi marcada por acusações de corrupção e por um tiroteio no dia da votação. Após o episódio, houve intervenção do Ministério Público do Trabalho e o pleito ocorreu sob proteção policial.

José Valdevan, o Noventa, que venceu a disputa, fechou terminais na campanha.

Motoristas e cobradores ouvidos pela Folha disseram que o protesto não tinha um líder claro e foi motivado pelo fato de o sindicato não ter consultado toda a categoria antes de fechar o dissídio coletivo --apesar da assembleia.

"Adiantaram a assembleia e pegaram a gente de surpresa. Foi tipo um rodo', prometeram mundos e fundos e fecharam com o patrão", disse o motorista Sidney Santos.

A proposta aceita prevê reajuste salarial de 10% e aumento no vale refeição e na participação nos lucros.

No início da negociação, as empresas ofereciam 5%, e o sindicato pedia 13%.


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