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A Copa como ela é

Sem-teto invadem prédio de dona de área ocupada perto do Itaquerão

No caminho, grupo bloqueia pista da marginal Pinheiros em ato contra reintegração de posse

MTST diz que resistirá à desocupação, que será ordenada pela Justiça caso tentativa de acordo entre as partes fracasse

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Sem-teto ocuparam nesta terça-feira (20) o saguão do prédio onde funciona a construtora dona da área próxima ao estádio Itaquerão invadida por eles no último dia 3.

Por volta das 13h, um grupo da ocupação batizada de "Copa do Povo" conseguiu entrar no lobby do edifício Continental Office Tower, anexo ao hotel Caesar Park, na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo. Num dos andares da torre comercial funciona a Viver Incorporadora, dona do terreno desde 2009.

Os manifestantes ficaram no local por cerca de duas horas, até serem recebidos por representantes da empresa. Depois, voltaram de trem para a ocupação, na zona leste.

Antes de ir para o prédio, o grupo de cerca de 1.200 pessoas promoveu um ato na marginal Pinheiros, bloqueando a pista local.

Eles protestavam contra a reintegração de posse do terreno, já concedida pela Justiça. O juiz Celso Maziteli Neto, porém, só deve emitir o mandado para desocupação se fracassar um acordo entre sem-teto e os donos da área. Uma audiência está marcada para a sexta-feira (23).

Às 13h, os manifestantes do MTST (Movimento de Trabalhadores Sem-Teto) seguiram em direção à rua Olimpíadas, onde fica o prédio.

No local, ultrapassaram os seguranças e tomaram o saguão. Aos gritos de "MTST, a luta é pra valer", subiram no balcão de mármore da recepção. "Só saímos daqui se os donos do terreno nos receberem. É bom porque é do lado do hotel e a gente já dorme aqui", discursou o líder do grupo, Guilherme Boulos.

Funcionários da Viver ouvidos pela Folha disseram que foram avisados do protesto pela construtora.

"Nos orientaram a ocultar nossos crachás", disse uma funcionária, que pediu para não ter o nome publicado.

Hóspedes do hotel anexo e funcionários de outras empresas que atuam no prédio observavam, assustados, a manifestação. Muitos deles foram liberados do trabalho.

RESISTÊNCIA

Segundo Boulos, o MTST resistirá à reintegração de posse. O grupo, que vem fazendo uma série de protestos, exige que o terreno seja destinado à moradia popular, o que é analisado pela gestão Fernando Haddad (PT).

Na semana retrasada, Boulos teve encontro com a presidente Dilma Rousseff, que prometeu avaliar a inclusão dos invasores no programa Minha Casa, Minha Vida.

O líder dos sem-teto afirmou que um encontro do grupo com diretores da Viver está marcado para esta quarta-feira (21). A Folha não conseguiu falar com a empresa.


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