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A Copa como ela é

Motoristas encerram greve após 48 h de caos

Categoria exige que Haddad interceda junto às empresas de ônibus; caso contrário, ameaçam parar São Paulo de novo

Grevistas bloquearam garagens e cerca de 1 milhão de passageiros foram afetados; polícia investigará protesto

DE SÃO PAULO

Após dois dias de caos, os motoristas e cobradores de São Paulo decidiram voltar ao trabalho nesta quinta (22). Ameaçam, porém, parar a cidade de novo caso as empresas concessionárias do serviço não aceitem renegociar o aumento salarial da categoria.

A decisão ocorreu durante encontro de trabalhadores dissidentes, representantes do sindicato, contrários a greve, e Ministério do Trabalho.

Ficou definido que o grupo pedirá ao prefeito Fernando Haddad (PT) que interceda junto às empresas. Estas, porém, querem manter o acordo já firmado com o sindicato, que prevê 10% de reajuste.

Os trabalhadores, sem uma liderança clara, falam em aumento maior, de até 33%.

"O poder público não pode se ausentar", disse o superintendente regional do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros, que mediou o encontro.

A prefeitura diz que nenhum pedido de audiência foi feito e adota discurso de que não é seu papel intermediar as relações trabalhistas.

Nesta quarta (21), 14 dos 28 terminais da cidade chegaram a ficar fechados simultaneamente, enquanto outros ficaram praticamente vazios, já que as garagens de cinco empresas --Santa Brígida, Sambaíba, Gato Preto, Via Sul e VIP-- foram bloqueadas pelos grevistas logo pela manhã.

As regiões norte, sul e oeste foram as mais prejudicadas. No terminal Pinheiros, na zona oeste, apenas uma linha estava funcionando no fim da tarde. O rodízio de veículos voltou a ser suspenso.

A Polícia Civil e o Ministério Público abriram inquéritos para investigar a atuação dos grevistas, que impediram colegas de trabalhar.

Segundo o secretário Jilmar Tatto (Transportes), cerca de 1 milhão de pessoas foram afetadas pela paralisação. Já o SPUrbanuss, sindicato das empresas, afirmou que cerca de 4.000 ônibus, que atenderiam 2,6 milhões de pessoas, não circularam.

A volta para casa continuou complicada. Na noite anterior, passageiros chegaram a passar a noite em terminais.

Os grevistas protestaram também em vias de grande circulação, como as avenidas Rebouças, Faria Lima e Francisco Morato, na zona oeste, e Inajar de Souza (norte).

A tática foi semelhante à usada na terça (20): os ônibus eram abandonados em fila, bloqueando parte das vias. Segundo o secretário de Transportes, homens armados obrigaram ônibus a parar na zona sul da capital.

Em Brasília, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) chamou a paralisação de "irresponsabilidade" e criticou os sindicatos, que, disse, estão aproveitando a proximidade da Copa para protestar.

"As pessoas não vão simplesmente aceitar que categorias profissionais, por um interesse localizado, prejudiquem o conjunto da população, em um momento tão importante pro Brasil", afirmou.

A Justiça do Trabalho determinou que 75% das linhas operem nesta quinta, sob pena de multa ao sindicato.


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