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A Copa como ela é

Auxiliares de Haddad e Alckmin trocam acusações sobre ação da PM

Secretário estadual revela presença de deputado petista em encontro investigado pela polícia

Mais cedo, assessor do prefeito afirmou que policiais foram 'passivos' diante de bloqueios de grevistas

DE SÃO PAULO

O debate sobre a atuação da Polícia Militar no primeiro dia do protesto de motoristas e cobradores em São Paulo deflagrou nesta quarta-feira (21) uma troca de acusações entre os governos estadual e municipal.

O bate-boca começou após o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (PT), acusar a polícia de omissão ao não garantir, de acordo com ele, o direito de ir e vir da população.

"O que existe em relação à polícia é uma certa passividade em relação ao que acontece na cidade, particularmente na questão dos ônibus", disse, em entrevista.

Em resposta, o subsecretário estadual de Comunicação, Márcio Aith, revelou a presença, em março, de um deputado petista, aliado de Tatto, em reunião entre perueiros e supostos integrantes da facção criminosa PCC.

A declaração do assessor do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi feita em programa ao vivo do apresentador José Luiz Datena, na TV Bandeirantes.

Aith acusou Tatto de dificultar investigação da Polícia Civil sobre ataques a ônibus neste ano, quando 75 veículos foram incendiados em uma série de protestos.

Segundo ele, em março, a polícia solicitou diretamente a Tatto a relação de empresas que atuam no setor de transportes público. Esse pedido, diz Aith, não foi atendido.

"Ele é o primeiro a dizer que a polícia é truculenta e se excede, mas quando interessa a ele barrar uma investigação, como de fato ele barrou, ao não responder o delegado, ele fica quieto", criticou.

Em seguida, o secretário de Alckmin revelou a investigação da polícia que apura o envolvimento de criminosos do PCC nos ataques aos ônibus.

Nesse inquérito, há referência a uma ação policial em uma cooperativa de transportes, na mesma época, na qual participava como convidado o deputado estadual Luiz Moura (PT).

De acordo com o boletim de ocorrência da ação, cerca de 40 pessoas se reuniam para "ajustar condutas teoricamente infracionais". Para Aith, o motivo não era "nada republicano".

Entre os participantes, havia um homem procurado pela Justiça: Carlos Roberto Maia, conhecido como Carlinhos Alfaiate, "famoso ladrão de bancos", de acordo com o registro policial.

O deputado, segundo o bolteim, foi liberado ainda no local. A polícia não informou se ele é investigado.

"A polícia poderia investigar muito mais se o deputado Jilmar Tatto tivesse feito o trabalho dele. Respondido ao ofício e chamado a atenção do colega deputado dele para que não comparecesse a locais que não são recomendáveis a qualquer pessoa pública", criticou.

'DESESPERO'

No mesmo programa, numa tréplica, Tatto disse que não teve conhecimento da reunião.

"Eu tenho responsabilidades, falo por mim", disse.

Ele negou que tenha obstruído a investigação e disse que a relação das empresas solicitada pela polícia está no site da SPTrans.

"Não me parece adequado, num momento desses, tentar imputar a mim qualquer atitude, ação de atrapalhar investigação. Ao contrário, estou inteiramente à disposição", disse o petista.

"Só quero crer que não seja um desespero por parte deles [do governo estadual]que estão tendo dificuldade de apurar o que está acontecendo", continuou.

Procurado pela Folha, a assessoria de Luiz Moura disse que ele não foi localizado na noite de quarta-feira.

Mais cedo, o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella, também respondeu a Tatto. Segundo ele, é um"equívoco" dizer que houve "passividade" da PM.

"Temos a convicção de que a Polícia Militar exerceu o seu papel e que cumpre com o seu dever", disse.


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