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Vidas interligadas

General reformado do Exército é acusado por desaparecimento de Rubens Paiva

O MILITAR
José Antônio Nogueira Belham, 79, chefiou o DOI-Codi do Rio entre out.1970 e jun.1971. Nesse período, ao menos dez presos morreram ou desapareceram no local, entre eles o deputado Rubens Paiva

O DEPUTADO
Eleito deputado federal em 1962, Rubens Paiva (1929-1971) foi cassado após o golpe de 1964. Exilou-se na Europa, mas voltou ao Brasil em 1965 e passou a viver no Rio

A PRISÃO
Em 20.jan.1971, Paiva foi preso em casa por agentes da Aeronáutica e levado a um quartel no aeroporto Santos Dumont. À noite, seguiu para o DOI-Codi, onde morreu após sofrer tortura, segundo a Comissão Nacional da Verdade

OS INDÍCIOS
Belham diz que, na data, estava de férias. Porém, documento entregue pelo próprio general mostra que ele recebeu diárias para uma ação sigilosa no dia em que Paiva foi preso e desapareceu. Belham ainda teria inspecionado dois cadernos de anotações apreendidos com o deputado

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ACUSAÇÕES
"Desconfio que esses depoimentos não existem. Vamos analisar o que ele falou: saíram e viram a porta aberta com alguém interrogando violentamente. Isso é absurdo, ninguém faria isso com a porta aberta"
SOBRE SUPOSTAMENTE TER SIDO ALERTADO DA TORTURA CONTRA RUBENS PAIVA

RUBENS PAIVA
"Se eu cheguei de férias e o caso estava solucionado, ele não estava mais lá, tinha desaparecido, tinha havido a sindicância, o comandante do Exército já tinha aprovado, a mim não tinha mais o que interessar"
AO EXPLICAR POR QUE NÃO PROCUROU SABER O QUE TINHA ACONTECIDO COM PAIVA

TORTURA NO DOI-CODI
"Diariamente, eu perguntava aos presos [...] se estavam precisando de alguma coisa, algum remédio, médico, e providen-ciava. [...] Eles tinham abertura total comigo e nunca me relataram isso [...]. Se houve tortura, foi durante minha ausência"

SOBRE LÚCIA MURAT
"A menina fez uma cena de chorar, soluçando. Disse: 'Se eu conseguir tua liberdade, você jura que vai abandonar essa vida?'. Ela disse: 'Juro'. Saíram os dois generais, e eu entrei no xadrez. Ela estava gargalhando: 'Esses velhos broxas, pensando que nos convencem, nós já temos a nossa convicção'"
SOBRE A PRISÃO DA EX-GUERRILHEIRA LÚCIA MURAT

SOBRE CID BENJAMIN
"Disse para ele: 'Você tem duas brechas na cabeça, precisa costurar [...]. Quer esperar para ir ao hospital ou quer costurar sem anestesia?'. 'Quero que o senhor me faça um favor, me ceda um cigarro.' Acendi, ele deu duas tragadas e disse que estava pronto [...]. Era um cara muito forte, recebia muito bem a dor"
SOBRE A PRISÃO DE CID, À ÉPOCA MILITANTE DO MR-8


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