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Auxiliares de Palocci dialogam com Campos

Economistas Marcos Lisboa e Bernard Appy foram a oficina promovida pelo pré-candidato do PSB ao Planalto

Ex-governador de PE se recusa a ter um 'guru', mas tem mostrado apreço por figuras da corrente liberal

NATUZA NERY DE BRASÍLIA ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Dois dos principais expoentes do grupo de economistas do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci se aproximaram recentemente de Eduardo Campos (PSB), concorrente da petista Dilma Rousseff na corrida pelo Palácio do Planalto.

Ex-governador de Pernambuco, Campos se recusa a ter "um economista-guru para chamar de seu", mas tem dialogado com diversas matizes do pensamento econômico e mostrado apreço por algumas figuras da corrente liberal.

Entre os economistas com quem manteve contato recentemente, Marcos Lisboa e Bernard Appy conquistaram a simpatia do presidenciável.

Ambos trabalharam para a administração Lula ao lado de Palocci, ministro de um governo de esquerda, mas que replicou, no primeiro mandato, a agenda do antecessor tucano Fernando Henrique Cardoso.

Além de manter a autonomia do Banco Central e a política fiscal mais rigorosa do segundo mandato FHC, o primeiro governo Lula avançou em reformas importantes, como a nova Lei de Falências, idealizada por Lisboa.

O economista chamou a atenção de Palocci durante as eleições de 2002 e acabou se transformando em um dos ideólogos da conversão petista à ortodoxia econômica. Já Appy fora consultor do PT anos antes e integrou a equipe de transição como economista da linha moderada.

Em 30 de abril, os dois "paloccistas" e outros economistas participaram de uma oficina de trabalho promovida por Campos e sua vice, Marina Silva, que foi o pontapé inicial para a elaboração do programa de governo.

Após o encontro, o pré-candidato à Presidência da República afirmou a interlocutores que gostaria de ver uma "colaboração cada vez maior" por parte dos dois.

Campos teria ficado particularmente interessado na proposta que Lisboa e a economista Zeina Latif --que também participou do encontro-- têm defendido de criação de uma agência independente para avaliar a eficácia das políticas adotadas no país.

O pessebista Maurício Rands, um dos organizadores do evento de abril, tomou o cuidado de dizer que, apesar da presença e do interesse pelas ideias de ambos, Lisboa e Appy não integram o time da campanha.

Segundo a Folha apurou, os economistas dizem o mesmo a interlocutores que têm perguntado sobre o encontro.

Rands disse ainda que Campos busca referências na área econômica, mas nunca "um Armínio Fraga", em alusão ao ex-titular do BC, braço direito do presidenciável Aécio Neves (PSDB).

"Eduardo tem dito que não vai se etiquetar'. Responsabilidade fiscal é um princípio que defendemos, não é um monopólio liberal", disse.

ASSÉDIO

Outros interlocutores de Campos dizem que essa decisão ganhou força depois que Aécio foi obrigado a recuar em posições defendidas por Fraga, como a defesa da mudança da atual regra de reajuste do salário mínimo.

Em outubro passado, quando fechou a aliança com Marina Silva e tornou viável sua candidatura, Campos passou a sofrer assédio de banqueiros, industriais e empresários. Àquela altura, o setor privado ainda pagava para ver se Aécio Neves se tornaria um candidato competitivo.

Neste ano, porém, o tucano passou a subir alguns degraus nas pesquisas. Isso, somado ao fato de parte do setor privado enxergar Marina como adversária de seus interesses, arrefeceu o entusiasmo com a figura de Campos.

A resistência ocorre sobretudo no agronegócio e em setores produtivos que temem o efeito da bandeira sustentável em seus negócios.


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