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Paralisação de ônibus intensifica protestos

Greves e manifestações aumentam após motoristas cruzarem os braços em SP e no Rio

CRISTINA CAMARGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As greves e os protestos se intensificaram nas dez principais cidades das maiores regiões metropolitanas do país após a paralisação surpresa de motoristas e cobradores no Rio, no início deste mês.

Na comparação entre as duas semanas que a antecederam e as duas que a sucederam, houve 26% mais greves (de 38 para 48). Os protestos tiveram salto ainda maior, de 36% (de 72 para 98).

Para Ruy Gomes Braga Neto, especialista em sociologia do trabalho da USP, só a Copa não explica o aumento de greves --embora o evento seja alvo dos manifestantes, como as reivindicações por moradia e os pedidos de reajuste.

Segundo ele, 2013 e 2014 devem bater o recorde de 2012, considerado o pico do movimento grevista no país.

A principal explicação é o modelo econômico de desenvolvimento, apoiado na multiplicação de empregos de baixa remuneração, afirma.

"Os setores de serviço e da construção civil são os que mais empregam e eles adotam estratégias que provocam a precarização do trabalho", diz, citando terceirizações, maior cobrança de metas e rotatividade.

Outra tendência "nítida", para Braga Neto, são greves em que as bases "atropelam" os sindicatos, como na paralisação de ônibus do Rio e de São Paulo.

Em fevereiro, motoristas e cobradores pararam 15 dias em Porto Alegre, também sem apoio do sindicato. Para um deles, o motorista Alceu Weber, o movimento inspirou os colegas do Rio e de São Paulo. "Trocamos ideia o tempo todo sobre erros e acertos."

Para o professor de ética e filosofia da USP Renato Janine Ribeiro, a lógica da greve é a do mercado: segue as oportunidades. Em ano de Copa, rodoviários e policiais, essenciais para o evento, aproveitam para pressionar.

Desde o movimento que parou o Rio, motoristas e cobradores fizeram greve em São Paulo e ameaçam parar em Salvador nesta terça-feira (27), como ocorreu em São Luís, Teresina e Cuiabá.

Os protestos também estão em alta nas dez cidades acompanhadas pelo "protestômetro" do site da Folha. Só em São Paulo houve sete manifestações na semana em que os rodoviários pararam. No Rio, o número foi igual.


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