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A Copa como ela é

Índio fere PM com flechada em ato anti-Copa em Brasília

Confronto, que também reuniu sem-teto, termina com 3 feridos e 4 detidos

Policiais dispararam bombas de gás para evitar aproximação de manifestantes do estádio da Copa

DE BRASÍLIA

Uma manifestação contra a Copa realizada nesta terça-feira (27) em Brasília, com a participação de índios e sem-teto, terminou em confronto com a Polícia Militar, deixou três feridos, causou um caos no trânsito e interrompeu a visitação à taça do Mundial.

Entre os feridos está um PM atingido por uma flecha na perna e um manifestante com o nariz quebrado, de acordo com a Polícia Civil. Quatro pessoas foram detidas por desacato e por atirar pedras.

O protesto foi marcado inicialmente por grupo que é contra os gastos do Mundial denominado "Comitê Copa Pra Quem", mas reuniu outros movimentos com reivindicações distintas, como o sem-teto, que protestavam na cidade contra o deficit habitacional, e cerca de 300 índios que vieram a Brasília exigir demarcações de terras.

O confronto começou por volta das 17h, quando a cavalaria da PM barrou a aproximação dos manifestantes que pretendiam chegar ao estádio Mané Garrincha, onde a taça da Copa estava em exposição para o público.

Até aquele momento a passeata, com cerca de mil pessoas, segundo a PM, estava pacífica. Os índios, que estavam na frente da marcha, aproximaram-se dos PMs empunhando arcos e flechas.

A partir daí a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e os manifestantes reagiram com flechadas, paus e pedras. Foi nesse momento que um dos policiais do Batalhão de Cavalaria, o cabo Cleber José Ferreira, foi atingido por uma flecha na perna esquerda. Segundo a PM, ele foi medicado no hospital e liberado.

"A cavalaria chegou na frente e não paramos. Os cavalos se assustaram e vieram bombas", disse o cacique Marcos Xupuru.

A PM passou meia hora lançando bombas de gás para dispersar os manifestantes, que recuaram e chegaram próximo ao local onde estavam os motoristas retidos no trânsito. Por 20 minutos, dez veículos foram bloqueados por um número menor de manifestantes, entre eles índios que apontavam flechas para os motoristas.

As bombas de gás chegaram a cair no local onde funciona uma feira de artesanato frequentada por turistas. Só por volta das 18h a polícia conseguiu liberar o trânsito no Eixo Monumental, uma das principais vias da cidade.

Os líderes do protesto disseram que pretendiam ter ido ao estádio para ver a taça e que foram recebidos com violência. "Assim que chegamos, a PM começou a jogar bomba", disse Edson da Silva, dirigente do MTST (movimento dos sem-teto).

A Secretaria de Segurança local informou que a ação da PF foi eficiente para proteger "o grande público, especialmente crianças, estudantes e idosos que estavam no evento de visitação da taça".

Segundo a secretaria, mais de 7.000 pessoas já tinham visitado o troféu e centenas aguardavam para vê-lo.

De acordo com a Coca-Cola, que organiza o evento, a visitação foi suspensa por segurança. Para esta quarta (28), a exposição está mantida.


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