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Planilha indica pagamentos a 47 promotores

Tabela foi encontrada na casa de Éder Moraes, ex-secretário da Fazenda e da Copa de MT

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ DE SÃO PAULO

Uma planilha com registros de pagamentos a 47 promotores e procuradores de Justiça de Mato Grosso é apontada como possível indício de envolvimento da Promotoria local em crimes apurados na Operação Ararath.

A tabela foi encontrada na casa de Éder Moraes, ex-secretário da Fazenda e da Copa de MT, preso desde dia 20 sob suspeita de operar esquema de lavagem de dinheiro.

Associado a cada promotor há valores "a pagar" que vão de R$ 9.300 a R$ 447 mil. Aparecem nomes como o do procurador-geral de Justiça, Paulo Prado (R$ 387 mil), e o do promotor Marcos Regenold (R$ 54,6 mil), afastado do posto após ser alvo de buscas na semana passada.

A planilha foi citada em denúncia contra acusados do caso feita em abril à Justiça pelo Ministério Público Federal. A Procuradoria cita a tabela após enumerar suspeitas contra Regenold e diz que não é possível afirmar a origem e a licitude dos pagamentos.

O Ministério Público de MT negou irregularidades. Disse que a lista se refere a pagamentos legais feitos a servidores que tinham direitos trabalhistas. Leis de 2007 e 2008 autorizaram os credores a receber, com deságio, esses recursos de empresas que tinham débitos com o Estado, que assim abatiam as dívidas.

Sobre cópia da lista ter sido apreendida com Moraes, o procurador-geral disse que ele deveria ter o material "na qualidade de [ex] secretário da Fazenda". "Deve ter de muitas outras categorias."

O procurador-geral criticou quem tenta "enxovalhar" a instituição e disse que Regenold, do grupo de combate ao crime organizado, está afastado e "será punido" se for considerado culpado.

Ele afirmou ainda que "toda a sociedade de MT ficou contente" com as prisões da operação e que o MP-MT "há muitos anos" investiga pessoas que são alvo da Ararath.

Conversas do promotor com Moraes foram interceptadas. Ele tentou intermediar uma suposta colaboração do ex-secretário com a PF, avaliada como uma tentativa de atrapalhar as apurações.

"Durante todo o período que o promotor realizou os encontros [com Moraes e PF], em nenhuma oportunidade o MPF foi convidado a participar", diz a denúncia da Procuradoria. A Promotoria diz que "todo o histórico" de contatos foi informado ao MPF.

No dia em que a casa de Moraes era alvo de buscas, em fevereiro, ele liga para o promotor, que diz "que estranho" e pergunta: "Bom, mas você tem coisa aí?". "O que eu tenho aqui é o que vocês têm aí", responde Moraes. Regenold não foi localizado.


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