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Empresas doaram 28% das verbas de partidos em 2013

Desde 2007, a participação de recursos privados a legendas vem crescendo

Tradicionalmente, as doações de empresas são maiores nos anos eleitorais, pois bancam as campanhas

AGUIRRE TALENTO DE BRASÍLIA

Principais financiadoras das campanhas eleitorais no Brasil, as empresas privadas passaram a bancar também fatia relevante do funcionamento dos partidos: 28% dos recursos obtidos pelas legendas no ano passado saíram dos cofres de companhias.

Os balanços de doações mostram que desde 2007 a participação dos recursos privados no financiamento das legendas vem aumentando em relação ao dinheiro que sai do fundo partidário. O fundo é composto por recursos públicos da União e multas eleitorais e serve justamente para bancar o funcionamento dos partidos.

Em 2007 as empresas responderam por apenas 7,5% dos recursos destinados às legendas, percentual que se elevou para 28% em 2013.

As empresas doaram um valor recorde de R$ 142 milhões aos partidos no ano passado. O fundo partidário repassou um total de R$ 361,9 milhões às legendas.

Os recursos dados aos partidos em anos não-eleitorais servem principalmente para a manutenção do partido, bancando desde pagamentos de aluguel à organização de eventos e viagens de filiados.

Tradicionalmente as doações das empresas são maiores nos anos de eleição, pois servem para bancar as campanhas. Nesses anos, as doações podem ser feitas a partidos, a comitês eleitorais ou diretamente a candidatos.

Enquanto o fundo partidário é pago a todos os partidos, só 13 das 32 atuais legendas receberam recursos privados. Isso ocorre porque, a exemplo das eleições, as empresas preferem contribuir para partidos com mais chances de chegar ao poder.

O PT foi o campeão nas doações de pessoas jurídicas, com R$ 79,7 milhões, seguido por PSDB (R$ 20,4 milhões), PMDB (R$ 17,7 milhões) e PSB (R$ 8,2 milhões).

As três maiores doadoras foram as construtoras Norberto Odebrecht (R$ 23,1 milhões), Queiroz Galvão (R$ 18,2 milhões) e Camargo Correa (R$ 17 milhões).

Esse aumento no financiamento privado dos partidos ocorre às vésperas de o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar a proibição das doações de empresas privadas às eleições e a partidos.

O julgamento ainda não terminou, mas já há maioria de votos para proibir esse tipo de doação.

O secretário-geral da OAB, Cláudio Souza Neto, considera "surpreendente" o crescimento. A OAB foi autora da ação que pediu a proibição.

Procurada, a Odebrecht informou que "faz suas doações em prol da democracia e do desenvolvimento econômico e social". Queiroz Galvão e Revita Engenharia disseram que doações cumpriram a legislação. OAS e Camargo Correa não responderam.


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