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A Copa como ela é
Copa sem selfie
Apesar do reforço de antenas 2G, 3G e 4G, só metade dos estádios terá o auxílio do wi-fi para internet; teles preveem lentidão para transmitir fotos e vídeos nessas arenas
O torcedor que for aos estádios assistir aos jogos da Copa do Mundo --inclusive na abertura, no Itaquerão-- vão ter de insistir para publicar fotos e vídeos na internet.
Solução para aliviar o congestionamento das redes de dados de celular, o wi-fi só estará disponível em metade das arenas --Brasília, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro, Manaus e Cuiabá.
"[O torcedor] pode até demorar mais do que gostaria para postar a foto, mas vai conseguir mandar no período em que estiver dentro do estádio. Dois, três ou quatro minutos depois do que gostaria", disse Eduardo Levy, presidente-executivo do Sindtelebrasil, que representa as teles.
O que impediu a instalação do wi-fi nas arenas em que não haverá o serviço --de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba e Natal-- foi um impasse nas negociações entre as teles e os responsáveis pelos estádios.
"Em alguns casos não tivemos sucesso em colocar a rede de wi-fi porque não nos autorizaram. Onde não houver, a capacidade de dados será menor", disse Levy.
Nessas arenas, estará disponível só o reforço da cobertura 2G, 3G e 4G, feita via instalação de antenas extras.
"As pessoas vão querer fotografar muito mais que falar, e fotografia consome mais dados que o serviço de voz."
O reforço das antenas 2G, 3G e 4G --chamada cobertura indoor-- foi realizado em todos os estádios. No entanto, por atraso nas obras das arenas e na negociação com as operadoras, a implantação dos projetos acabou não sendo feita no prazo adequado.
São Paulo e Curitiba são os piores casos. Em algumas áreas, como corredores de deslocamento, vestiários e estacionamento subterrâneo, o sinal ficará fraco ou inexistente para voz ou dados.
"Eles [os estádios] não terão boa cobertura nessas áreas. Mas isso ocorrerá em locais de menor importância para o torcedor."
Ainda segundo o presidente-executivo do sindicato, a qualidade da rede para quem estiver nas arquibancadas será semelhante entre as arenas.
"O que não fizemos não foi porque não quisemos, mas porque não conseguimos."
A instalação de wi-fi não estava prevista nos projetos dos estádios ou na lista de obrigações das operadoras.
A proposta acabou sendo encampada pelas próprias empresas do setor, diante da real incapacidade de escoar a informação compartilhada pelos torcedores por meio, apenas, de redes tradicionais.
Cada empresa ficará responsável por aplicar seu próprio método para conexão wi-fi, que pode ser direto para seus clientes (sem senha) ou via código de acesso, fornecido nos estádios.