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A Copa como ela é

Metrô de SP entra em greve a uma semana do Mundial

Justiça proíbe paralisação no 'rush'; metroviários dizem que não vão cumprir

Prefeitura suspende rodízio de carros, mas greve dos agentes da CET pode complicar o trânsito da capital

ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO

Os metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (5), a uma semana da Copa.

Acionada pelo Metrô, a Justiça reagiu rapidamente e, poucos minutos depois de a greve ser decretada, proibiu qualquer paralisação nos horários de pico --entre as 6h e as 9h e entre as 16h e as 19h-- e exigiu 70% dos trens em circulação nos demais períodos.

Em caso de descumprimento, estabeleceu multa de R$ 100 mil/dia ao sindicato.

Os trabalhadores dizem que não vão cumprir a decisão e que esses percentuais não são respeitados em em dias normais devido a falhas.

"Nosso problema não é com tribunal, não é com o capeta. É com o governador [Geraldo Alckmin, do PSDB]. É com ele que vamos negociar", disse Altino Prazeres Júnior, presidente do sindicato e dirigente do PSTU.

O Metrô tentará manter parte da operação e haverá reforço na frota da CPTM.

A linha 4-amarela, que é privatizada, vai funcionar normalmente e reforçar a operação se for necessário.

A prefeitura paulistana anunciou que suspenderá o rodízio nesta quinta (placas de final 7 e 8) e vai implantar um plano de emergência, reforçando a frota de ônibus.

O trânsito, porém, terá o desfalque de agentes da CET, que também decretaram greve por reajuste de 12%. A prefeitura oferece 8%. O piso salarial dos 1.854 marronzinhos é de R$ 1.553,51.

A CET montou plano para reforçar o efetivo nas ruas e tentar minimizar os efeitos da paralisação.

ASSEMBLEIA

Os metroviários decidiram cruzar os braços em assembleia na noite desta quarta (4), que reuniu, diz o sindicato, cerca de 3.000 trabalhadores.

Eles rejeitaram a nova proposta de reajuste salarial de 8,7% feita pelo Metrô --a proposta anterior era de 7,8%, ante inflação de 5,8% segundo o INPC, do IBGE.

O último pedido feito pelos metroviários foi de 16,5%, mas eles admitem recuar caso consigam índice de 10% --o mesmo obtido pelos motoristas de ônibus, que pararam São Paulo há duas semanas.

Os trabalhadores marcaram uma nova assembleia para as 17h de hoje. Às 15h, haverá tentativa de conciliação na Justiça de Trabalho.

Nesta quarta, o Metrô tentou incluir no acordo um aumento nos benefícios que, segundo a empresa, resultaria em aumentos de 10,6% a 13,3% nos rendimentos dos metroviários, mas o sindicato recusou a proposta.

A paralisação ameaça o principal acesso ao estádio Itaquerão, palco da abertura da Copa, no dia 12 --nos últimos 15 anos, porém, as greves não passaram de dois dias.

Sobre a relação da greve com o evento, Prazeres Júnior afirmou que "há dinheiro rolando para Copa, e infelizmente até para corrupção, mas, para os trabalhadores e para o transporte, não".


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