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A Copa como ela é
12 mil fecham Radial e vão até o Itaquerão
Protesto de sem-teto que cobram desapropriação de área e de familiares de PMs que querem reajuste interrompe tráfego
Movimento social diz que pode 'radicalizar' ações e ameaça atrapalhar amistoso do Brasil na sexta-feira
Sem-teto e parentes de policiais militares protestaram na noite desta quarta-feira (4), interrompendo o trânsito na Radial Leste --uma das principais vias de São Paulo.
Segundo a PM, 12 mil pessoas participaram do protesto do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Os organizadores falam em 20 mil manifestantes.
Eles se concentraram em frente à estação Vila Matilde do Metrô, de onde caminharam em direção ao Itaquerão.
De acordo com Guilherme Boulos, coordenador do MTST, o ato reuniu pessoas de 13 áreas ocupadas, entre elas a Copa do Povo, em Itaquera (zona leste).
O coordenador dos sem-teto ameaçou "radicalizar" se o governo não tomar medidas concretas. Boulos falou até em atrapalhar o amistoso desta sexta (6), entre Brasil e Sérvia, no Morumbi.
"Se, até sexta, não tiverem atendido nossas reivindicações, não sei se a torcida vai conseguir chegar ao jogo não", disse.
Uma das reivindicações é a desapropriação da área da Copa do Povo e sua destinação para habitação. Eles também pedem mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida e uma proposta de Lei do Inquilinato que controle os reajustes de aluguel.
Parentes de policiais e PMs da reserva também protestaram na região. Segundo a PM, 400 pessoas saíram da avenida Marquês de São Vicente, passaram pela marginal Tietê e depois pela Radial Leste, até chegar ao estádio, onde ficaram até as 18h40.
Segundo Sérgio Payão, coordenador da CERPM (Coordenadoria das Entidades Representantes dos PMs), o ato foi motivado pelo fim das negociações salariais. Ele diz que as entidades querem reajuste de 19%, mas o governo estadual, após oito reuniões, disse que não poderia oferecer nenhum reajuste.
Um soldado da PM recebe no início de carreira R$ 2.183. PMs não têm data-base, que em outras carreiras marca a data de negociações e reajuste anual. O aumento mais recente (7%) foi em dezembro.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que o diálogo tem sido transparente e que "os índices de aumento salarial serão anunciados no tempo oportuno".