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A Copa como ela é

Metroviários desrespeitam Justiça e mantêm greve hoje

Tribunal impôs reajuste oferecido pelo Metrô, de 8,7%; categoria quer 12,2%

Decisão judicial sujeita sindicatos a multa de R$ 500 mil por dia; para desembargadores, paralisação é abusiva

DE SÃO PAULO

Aos gritos de "não tem arrego", os metroviários decidiram desrespeitar decisão da Justiça que considerou a greve abusiva e manter nesta segunda (9) a paralisação no Metrô, a três dias da Copa.

Será o quinto dia da greve, iniciada na quinta (5). Haverá piquetes nas estações para impedir a entrada de funcionários que queiram trabalhar. O rodízio de veículos foi suspenso em São Paulo.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) ameaçou demitir quem não retornar ao trabalho.

Neste domingo (8), o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou o fim da paralisação, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia aos sindicatos dos metroviários e dos engenheiros em caso de descumprimento da decisão.

O tribunal autorizou ainda que o Metrô não pague o salário relativo aos dias em que os grevistas pararam e arbitrou reajuste de 8,7%, exatamente a última proposta feita pelo Metrô, abaixo do reivindicado pelos metroviários (12,2%).

O reajuste a ser dado supera a inflação de 5,8% (INPC/IBGE) acumulada desde o último aumento à categoria, em maio de 2013. O piso dos metroviários é de R$ 1.323,55.

"Tem uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do mundo. Estamos em um momento único. Tem também eleições no fim do ano", afirmou após o julgamento o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres.

Antes da assembleia que decidiu pela continuidade da paralisação, categorias dos metroviários se reuniram em grupos separados. Vigilantes e agentes de estações apoiaram enfaticamente a manutenção da greve. Já os operadores de trem se dividiram.

Uma assembleia será realizada às 13h desta segunda (9) para reavaliar se a paralisação continua. Neste domingo, 30 das 61 estações administradas pelo Metrô abriram --parte delas com atraso.

MULTA

A multa aplicada pela Justiça, de R$ 500 mil por dia, não preocupa o sindicato --com a possibilidade de recursos, é possível adiar o pagamento por anos, obter a redução do valor e até a anulação.

"Já pagamos multa por greve, em outras estamos recorrendo. É nosso direito lutar pelo não pagamento", disse o diretor Ciro Moraes.

O TRT determinou ainda multa de R$ 100 mil por dia para os primeiros quatro dias em greve antes do julgamento. A paralisação ocorreu a despeito de o Metrô ter obtido liminar para manter a operação nos horários de pico.

Os grevistas têm apoio do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e do MPL (Movimento Passe Livre), que participarão de ato pró-greve nesta segunda, a partir das 7h, na estação Ana Rosa (linha 1-azul e 2-verde), na zona sul.

Não é a primeira vez que os metroviários desrespeitam uma decisão judicial: a situação já havia acontecido em 25 de junho de 2001. Na ocasião, insatisfeitos com os 7% determinados pelo TRT, a categoria manteve a greve.

No dia seguinte, o Metrô quis negociar: propôs os mesmos 7%, mais outros benefícios, e a categoria aceitou.


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