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Jogos elevam placar dos negócios, mas impacto na economia é incerto

Copa atraiu interesse de investidores de 104 países, que vêm a convite de empresas nacionais

Governo espera gerar R$ 40 bilhões com o evento, mas ganho foi menor que o esperado em edições anteriores

JULIO WIZIACK CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Pouco antes da Copa, a embaixada brasileira nos EUA recebeu uma ligação inusitada. Um grupo de investidores de Connecticut tinha ouvido falar do Mundial no Brasil e queria que um banco brasileiro lhes apresentasse oportunidades de negócios.

O Itaú topou. Mandou para lá uma missão que apresentou o país e, neste mês, receberá representantes do Business Council de Hartford.

Não serão os únicos investidores a desembarcar no Brasil. Outros 2.300 empresários de 104 países já começam a chegar ao país. Eles vêm a convite de empresas nacionais de 50 setores.

A Apex, agência que promove exportações, organizou encontros e levará a turma aos jogos. É a primeira vez em uma Copa que esses negócios têm aval da Fifa.

"A Copa coloca o Brasil em uma vitrine mundial. É uma oportunidade para se aproximar de possíveis compradores e, por isso, é uma plataforma de negócios", diz Ricardo Santana, diretor de negócios da Apex-Brasil.

Para a Copa, já existem 800 encontros programados. A Nintendo, por exemplo, vai se aproximar das empresas nacionais de games. A Chanel, de estilistas; as redes Le Bon Marché, Galeria Lafayette e El Corte Inglés estudam levar o design e a moda brasileiros para suas lojas.

PERDAS E GANHOS

Mesmo assim, é difícil prever o impacto da Copa na economia. Um estudo do banco Itaú mostra que o torneio responderá por pouco mais de 1 ponto percentual na alta do PIB --efeito que começou em 2011, com o início das obras.

O número seria maior, em torno de 1,5 ponto percentual, caso todas as obras previstas fossem realizadas. Outras consultorias apontam na mesma direção. Mas, a longo prazo, essas projeções ficam abaixo das expectativas.

A Copa dos EUA, há duas décadas, só rendeu US$ 4 bilhões --US$ 13 bilhões a menos do que as estimativas iniciais. Na Copa de 2002, Japão e Coreia esperavam US$ 26 bilhões e US$ 9 bilhões a mais.

No Brasil, o governo espera que a Copa renda cerca de R$ 40 bilhões, incluindo os gastos dos turistas e o consumo das próprias famílias, que ele prevê aumentar. Calcula ainda atrair uma média de 3 milhões de estrangeiros a mais por ano, a partir de 2015, só com "efeito-Copa".

QUEM SOBE?

Mas alguns setores mostram sinais de que será diferente. O comércio já prevê queda de R$ 30 bilhões em suas vendas devido aos feriados nas cidades-sede, segundo a Fecomercio SP.

A longo prazo, o resultado vai depender da confiança do consumidor, que, mais endividado, pensa duas vezes antes de comprar.

Desde que a Copa no Brasil foi confirmada, fabricantes de máquinas e equipamentos já reclamavam de queda nas vendas, por causa do congelamento de obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).

A Copa desengavetou alguns projetos --mesmo assim, o setor faturou menos.

Sem um placar de quanto o país ganha ou perde com a Copa, economistas consideram que a simples execução de projetos que poderiam ficar por anos no papel já criou emprego e mais renda.

Na África do Sul, país criticado por gastar demais no evento, havia projetos congelados há mais de 20 anos.


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