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A Copa como ela é
Trânsito de SP trava e milhares perdem início de jogo do Brasil
Congestionamento chegou a 302 km às 15h, terceira maior lentidão já registrada pela CET
Demanda concentrada também afetou o transporte público, que estava lotado a poucos minutos da partida
O trânsito travou em São Paulo no meio da tarde de terça-feira (17) e deixou milhares de torcedores presos sem poder assistir ao início do jogo entre Brasil e México.
A lentidão, a terceira maior já registrada na cidade, frustrou torcedores que saíram do trabalho mais cedo e queriam acompanhar o jogo com a família ou amigos. Sem ter o que fazer mesmo após o início da partida, a saída foi acompanhar pelo rádio.
Segundo a medição da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a extensão dos congestionamentos teve um aumento de 586% em apenas duas horas.
O pico do trânsito foi às 15h, faltando uma hora para o início do jogo, quando a lentidão chegou a 302 km.
O recorde histórico é de 344 km, atingido às 19h de 23 de maio, quando a cidade enfrentou um dia chuvoso.
Nos últimos cinco anos, a média de lentidão na faixa das 15h variou de 22 a 44 km.
A operação especial no metrô e na CPTM, além do reforço na frota de ônibus e a implantação de faixas reversíveis, também não deram conta da demanda concentrada.
Em várias estações passageiros tiveram que esperar trens passarem lotados antes de conseguir embarcar.
Outros fizeram viagem no sentido contrário para pegar composições mais vazias.
QUEDA
Em um cálculo conservador, considerando a dimensão e a ocupação médias dos veículos, pelo menos 170 mil pessoas estavam presas no trânsito no pico de lentidão.
Quando a bola começou a rolar em Fortaleza, às 16h, ainda havia 168 km de filas na cidade --e ao menos 94 mil pessoas dentro dos carros.
Mas, no mesmo ritmo que cresceu, o trânsito caiu rapidamente ao longo da tarde.
Na marca dos 30 minutos do primeiro tempo, eram registrados 60 km. Aos 20 minutos da segunda etapa, o índice foi a zero km e se manteve assim até a noite.
Na Copa de 2010, os jogos do Brasil à tarde, em dias úteis, também provocaram grandes congestionamentos em São Paulo. Mas todos foram menores que o de ontem --o pior foi de 203 km, na estreia da seleção, em 15 de junho daquele ano.
Na ocasião, o rodízio de veículos estava suspenso no pico da tarde. Nesta terça, a restrição foi mantida.
Apesar da lentidão de ontem ter irritado motoristas e passageiros, o grande desafio para a estrutura de trânsito e transporte da capital paulista ainda está por vir.
Na próxima segunda-feira (23), o sistema viário e a rede de transporte público terão que comportar uma demanda dupla em dia comum, sem o alívio de um novo feriado.
Haverá a movimentação do público que vai ao Itaquerão para o jogo entre Holanda e Chile, às 13h e, depois, de quem sair do trabalho mais cedo para ver o jogo do Brasil contra Camarões, às 17h.
O bloqueio de vias do entorno do Itaquerão, como a Radial Leste, serão mantidos seis horas antes do jogo.
