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Para economizar, assessores de Campos dividem flat em SP
NATUZA NERY DE BRASÍLIA MARINA DIAS DE SÃO PAULONinguém ainda bateu na porta do vizinho para pedir uma xícara de açúcar. Mas o presidenciável Eduardo Campos e sua equipe estão bem próximos disso.
Alguns dos principais integrantes da pré-campanha do PSB na disputa pelo Planalto coabitam dois apartamentos de um mesmo flat em Moema, na capital paulista. A superlotação dos quartos, tal qual uma moradia de universitários, recebeu o bem-humorado nome de "nova república de Pernambuco".
Para economizar no aluguel, brincam os moradores, o partido fez uma união compulsória de escovas de dentes. Sob o mesmo teto, divididos em três quartos, dormem Pedro Valladares, coordenador da agenda de Campos, e dois assessores, Carlos Percol e Ricardo Molina.
Recentemente, outro importante funcionário da pré-campanha precisou de abrigo. Coube a Valladares ceder um canto de seu quarto ao argentino Diego Brandy, estrategista responsável pelas pesquisas e programas de TV.
O problema é que todas as noites, quando chegavam do trabalho, percebiam que Eliane, camareira do flat, havia juntado as duas camas de solteiro. "Separa logo isso, argentino!", reagia Valladares.
"Pronto", como dizem os pernambucanos, era o que faltava para os dois amigos ganharem o burlesco apelido de "Casal 20" da campanha.
Foi Valladares também o responsável por substituir por um dia a cozinheira Dona Lia, importada de Recife para cuidar da alimentação do ex-governador. "Pedro é o cozinheiro oficial a partir de agora", anunciou o chefe ao provar o cuscuz indispensável a seu desjejum.
É no café da manhã, inclusive, que o ex-governador planeja o dia. No uísque da noite, até fala de trabalho, mas o papo é sempre regado a piadas e imitações que gosta de fazer de amigos e, mais ainda, de adversários.
O pré-candidato fica com a família no 14º andar do flat. Seus cinco filhos são moradores eventuais, assim como a mulher, Renata. Alguns lances acima, no 18º andar, ficam os demais.
O flat foi palco de decisões políticas importantes. O polêmico acordo do PSB com o PSDB em São Paulo saiu de lá.
