Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Kassab se afasta de tucanos para apoiar rival de Alckmin

PSD dará a Paulo Skaf mais 1min15s de propaganda no horário eleitoral na TV

Peemedebista convidou o ex-presidente do BC Henrique Meirelles para sair candidato ao Senado em sua chapa

DANIELA LIMA GUSTAVO URIBE MÁRCIO FALCÃO DE SÃO PAULO

As divisões internas do PSDB de São Paulo empurraram o PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, para uma aliança com o nome que hoje aparece como principal adversário do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa eleitoral deste ano, Paulo Skaf (PMDB).

Kassab anunciou a decisão na tarde desta sexta-feira (27). O acordo com Skaf dará ao peemedebista mais 1min15s de propaganda na TV e equilibrará o tempo de exposição das principais candidaturas ao governo do Estado.

Em troca do apoio, o peemedebista convidou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, filiado ao PSD, para ser seu candidato ao Senado. Meirelles prometeu dar uma resposta até segunda. O marqueteiro do peemedebista, Duda Mendonça, já ensaia slogan: "Skaf, Batochio [vice na chapa] e Meirelles. A mudança em São Paulo já começou".

RACHA INTERNO

Kassab vinha negociando há meses um acordo com os tucanos. No auge das negociações, foi sondado por emissários de Alckmin sobre a possibilidade de ser o vice na disputa à reeleição.

Mas a negociação naufragou por decisão do próprio Alckmin, que preferiu fechar aliança com o PSB na vice.

O PSDB paulista, então, ofereceu na última quarta-feira (25) a vaga de senador a Kassab. A iniciativa contrariou tratativas do próprio governador com o candidato dos tucanos à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Dias antes, em encontro reservado, Aécio e FHC defenderam que o ex-governador José Serra (PSDB) fosse o candidato ao Senado. Alckmin não se opôs nem disse que iria ofertar o posto a Kassab.

Serra, que em maio havia mencionado a intenção de concorrer a senador, foi avisado por Aécio da articulação. Quando soube que a cúpula da sigla havia concordado em defender seu nome, disse, então, que topava.

Essa conversa ocorreu na noite da última terça-feira (24). No dia seguinte, Alckmin disse à imprensa que havia oferecido a vaga de senador a Kassab.

A atitude do governador deflagrou descontentamentos em série no PSDB, e chegou ao auge na quarta (25) à noite, quando FHC, por telefone, discutiu com Alckmin.

O ex-presidente teria cobrado o compromisso firmado anteriormente. Alckmin viu na atitude uma "intervenção" em seu palanque.

No dia seguinte, Serra foi ao Bandeirantes reafirmar a disposição de concorrer ao Senado. Ouviu que seu nome não era aceito por alguns dos partidos que integram a aliança de Alckmin e que o governo não poderia garantir que ele seria o único candidato da chapa.

Do Bandeirantes, Serra seguiu para uma reunião com Kassab. O ex-prefeito é um dos políticos a quem ele é mais ligado. Kassab apenas ressaltou sua "lealdade pessoal" a Serra. Não disse o que faria. Na manhã seguinte, reuniu aliados no partido e anunciou o apoio a Skaf.

MICHEL TEMER

O PMDB tenta atrair Kassab há meses, mas as conversas só ganharam corpo quando Alckmin optou por dar a vice--uma vez prometida a Kassab-- ao PSB.

Quem capitaneou as conversas foi o vice-presidente da República, Michel Temer. No plano nacional, Kassab apoia a reeleição de Dilma Rousseff e Temer.

Nos últimos dias, o vice-presidente conversou quase diariamente com o ex-prefeito. Durante a convenção nacional do PSD (dia 25), reforçou o pedido pessoalmente.

Alheio à movimentação, Skaf soube da decisão de Kassab pela imprensa.

O enlace entre o PMDB e o PSD acabou por azedar de vez o clima no entre Alckmin e Serra. O afastamento aproximou o ex-governador de Aécio.

O presidenciável não via com bons olhos a aliança entre o governador e o PSD. Isso porque Alckmin já havia dado a vice ao PSB, que tem Eduardo Campos como candidato ao Planalto. Se fechasse com Kassab, que apoia Dilma, o paulista agregaria em seu palanque os dois principais adversários de Aécio.

Serra ainda não havia definido se sairá ao Senado ou se disputa vaga de deputado federal.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página